27 maio 2010

"ORAÇÃO DE JOÃO PAULO II A SÃO FRANCISCO DE ASSIS"

Ó São Francisco, estigmatizado do Monte Alverne, o mundo tem saudades de ti qual imagem de Jesus crucificado. Tem necessidade do teu coração aberto para Deus e para o homem, dos teus pés descalços e feridos, das tuas mãos transpassadas e implorantes. Tem saudades da tua voz fraca, mas forte pelo poder do Evangelho.

Ajuda, Francisco, os homens de hoje a reconhecerem o mal do pecado e a procurarem a sua purificação na penitência. Ajuda-os a libertarem-se das próprias estruturas de pecado, que oprimem a sociedade de hoje. Reaviva na consciência dos governantes a urgência da Paz nas Nações e entre os Povos. Infunde nos jovens o teu vigor de vida, capaz de cotrastar as insídias das múltiplas culturas da morte.

Aos ofendidos por toda espécie de maldade, comunica, Francisco, a tua alegria de saber perdoar. A todos os crucificados pelo sofrimento, pela fome e pela guerra, reabre as portas da esperança. Amém.

24 maio 2010

São Francisco de Assis: Protetor dos animais

O "pobrezinho de Assis", como Francisco era chamado, foi uma criatura de paz e de bem, terno e amoroso. Amava os animais, as plantas e toda a natureza. Poeta, cantava o Sol, a Lua e as Estrelas. Sua alegria, sua simplicidade, sua ternura lhe granjearam estima e simpatia tais que fizeram dele um dos santos mais populares dos nossos dias. Ficou conhecido como o protetor dos animais e, em 1979, foi proclamado pelo Papa João Paulo II como o "Santo Patrono dos Ecologistas".

Vejam uma linda mensagem dos nossos amigos animais:


22 maio 2010


     São Francisco de Assis rogai pela natureza e proteja-a   de  todo mal que o homem possa lhe fazer. Amém.

20 maio 2010

Francisco, o Santo-Alegria

 

Frei Hipólito Martendal

1. Introdução - Tenho a impressão de que em nossos dias fala-se mais em felicidade do que em alegria. Sinto certa apreensão, pois isso representa certa banalização mais abrangente. Você entra numa lojinha qualquer para comprar um par de meias, ou umas cuecas e já sorridente vendedora o trata por "meu amor". Ser amado e feliz passou a ser uma obrigação universal. Pobres dos melancólicos, dos abatidos, dos deprimidos! Felicidade parece-me algo tão beatífico! Lembra conquista definitiva, realização, plenitude.


2. São Francisco e a alegria - Francisco declara bem-aventurados os frades que vivem situações àquelas às quais o Evangelho qualifica de bem-aventuranças. Em geral são declarações dele a respeito de quem procede evangelicamente, como nas suas Admoestações diz: "bem-aventurado aquele que nada retém para si". Neste sentido encontrei - só nos escritos atribuídos a Francisco - 12 vezes a expressão bem-aventurado (s) e uma vez "felizes" como sinônimo de bem-aventurados. Na verdade são promessas de felicidade se os frades conseguirem realizar determinadas propostas evangélicas. Quando Francisco lida com o dia-a-dia de seus irmãos e refere-se às qualidades e virtudes para a boa vivência da fraternidade, para o sucesso na luta contra Satanás e a eficiência da evangelização, ele fala 19 vezes em alegria.


3. Alegria como virtude - Não é muito fácil transformar a alegria em virtude, pois alegria parece constituir-se apenas de uma emoção primária agradável, fruto da posse de coisas desejadas. O problema está naquilo que se deseja. A alegria do Tio Patinhas por encontrar mais uma mina de ouro não é virtuosa, pois é fruto de sua desmedida cobiça e poderá incentivar outros a se entregarem ao materialismo.
Francisco, por sua vez, acabara de romper com o pai ganancioso e com a riqueza de que podia usufruir na família. Procurava em seu íntimo uma forma de viver mais de perto o ideal do Evangelho e do modo de ser do próprio Cristo. Numa missa ouve aquela passagem na qual Jesus envia seus discípulos a pregar. Depois pede ao sacerdote que lhe explique a leitura. Diante do quadro dos enviados "sem bastão", sem dinheiro, sem reserva de pão, sem calçados", ocupados unicamente em pregar o Reino de Deus e a penitência, Francisco tem uma iluminação. Segundo Tomás de Celano, ele exclama: "É isso que eu quero, isso que procuro, é isso que DESEJO DE TODO CORAÇÃO".
Ora, quem consegue conquistar "aquilo que deseja" de todo o coração, só pode experimentar uma alegria correspondente. É o que Jesus afirma ao comparar o Reino a um tesouro. Quem o encontrar abre mão de TUDO o que possui e, "cheio de alegria compra aquele campo" (Mt 13,44). Para chegar ao TESOURO, Francisco teve que perder tudo. Enquanto ia perdendo, já sentia o coração enchendo-se de alegria. A conclusão disso foi claríssima para ele: a alegria é o certificado de qualidade da evangelização. Só é bom discípulo e bom anunciador do Reino quem não conseguir esconder aos demais - por causa da alegria irreprimível - que ele encontrou algo realmente extraordinário.


4. Desdobramentos da alegria - São Francisco está a uns cinco meses de sua morte. Seu corpo reduziu-se a uma ruína humana. Não consegue mais escrever. O sofrimento físico é atroz e torturante. Dita assim mesmo um testamento com suas últimas recomendações. Depois pede que Frei Leão escreva o que ele tem a dizer sobre aquilo que considera ser a ALEGRIA PERFEITA. Francisco imagina duas situações. Na primeira chegam mensageiros anunciando sucessos inimagináveis de sua Ordem nos mais diversos recantos da Terra. "Digo-te - afirma ele - que em tudo isso não está a verdadeira alegria". Na segunda Francisco imagina-se numa emergência hipotética. Ele próprio, o fundador da Ordem, volta para o conventinho da Porciúncula, "sua" casa-mãe, todo machucado, esgotado pela fadiga e quase morto pela mais violenta nevasca. Bate muitas vezes na porta. Por três vezes, o porteiro abre, xinga Francisco de todas as formas. Conclui o santo: "Pois bem, se eu tive tido paciência e permanecer imperturbável, digo-te que aí está a verdadeira alegria, a verdadeira virtude e salvação da alma".
Por muito tempo, por mais que isso impressionasse, eu imaginava que era o tranvasar da expressividade dramática da alma latina, italiana, de Francisco. Mas, eis que em um de seus biógrafos encontrei a explicação. Francisco não se ligava no conteúdo da ofensa de quem o agredia. Concentrava-se na desordem do coração e pecado do ofensor. Em vez de ficar ofendido, enchia-se de cuidados e compaixão pelo irmão agressivo.


5. Pretensão - Deus e Jesus Cristo tornam-se cada vez mais a única e avassaladora paixão de São Francisco. No altar desta paixão, ele sacrifica tudo, inclusive todos os outros possíveis projetos e desejos. É isso que ele entende por POBREZA. Sobra só um desejo irresistível: imitar em tudo seu Cristo-Paixão, sem sofrer menos que Ele "pela salvação de todos". Assim, Francisco desenvolveu uma blindagem protetora contra todas as adversidades, todas as injustiças, toda forma de sofrimento. Todo sofrimento é sempre invadido pela luz e significado que brotam de seu CRISTO-MODELO. Ocorre uma verdadeira transubstanciação da dor e do sofrimento. Adquirem uma nova natureza. Aí fica difícil saber onde termina Francisco e onde começa Cristo. Nesta comunhão, os contornos e as figuras de ambos se embaralham nossos olhos. Então toda sorte de sofrimentos simplesmente o fazem sentir-se mais perto, mais identificado com seu divino mestre e modelo, sua única paixão. Isso realimenta e purifica sua indefectível alegria.

Por isso seus contemporâneos afirmavam que Francisco era outro Cristo.

Extraído de http://www.franciscanos.org.br/v3/vidacrista/artigos/hipolito/artigos_27.php acesso em 27 abr. 2010.

18 maio 2010

A Carta da Terra



O texto a seguir, da CARTA DA TERRA, cujo aniversário de 10 anos de lançamento foi comemorado no último dia 22 de abril, é bastante longo, porém vale a pena ler. O site da Carta em português é: http://www.cartadaterrabrasil.org/
Videos da Carta da Terra no Youtube: existem muitos videos sobre a Carta na Internet e no Youtube, em particular. Um dos mais completos está dividido em 3 partes, cujos links vão a seguir. Parece-me ser ótimo para abordagem nas formações da OFS em todos os níveis.

 1a. parte2a. parte - 3a. parte

--------------------- CARTA DA TERRA --------------

O texto da Carta da Terra

PREÂMBULO

Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro reserva, ao mesmo tempo, grande perigo e grande esperança. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio de uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos nos juntar para gerar uma sociedade sustentável global fundada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade de vida e com as futuras gerações.

TERRA, NOSSO LAR

A humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar, é viva como uma comunidade de vida incomparável. As forças da natureza fazem da existência uma aventura exigente e incerta, mas a Terra providenciou as condições essenciais para a evolução da vida. A capacidade de recuperação da comunidade de vida e o bem-estar da humanidade dependem da preservação de uma biosfera saudável com todos seus sistemas ecológicos, uma rica variedade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar limpo. O meio ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupação comum de todos os povos. A proteção da vitalidade, diversidade e beleza da Terra é um dever sagrado.

A SITUAÇÃO GLOBAL

Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, esgotamento dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos eqüitativamente e a diferença entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos têm aumentado e são causas de grande sofrimento. O crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são perigosas, mas não inevitáveis.

DESAFIOS FUTUROS


A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças fundamentais em nossos valores, instituições e modos de vida. Devemos entender que, quando as necessidades básicas forem supridas, o desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais e não a ter mais. Temos o conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer a todos e reduzir nossos impactos no meio ambiente. O surgimento de uma sociedade civil global está criando novas oportunidades para construir um mundo democrático e humano. Nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados e juntos podemos forjar soluções inclusivas.

RESPONSABILIDADE UNIVERSAL

Para realizar estas aspirações, devemos decidir viver com um sentido de responsabilidade universal, identificando-nos com a comunidade terrestre como um todo, bem como com nossas comunidades locais. Somos, ao mesmo tempo, cidadãos de nações diferentes e de um mundo no qual as dimensões local e global estão ligadas. Cada um compartilha responsabilidade pelo presente e pelo futuro bem-estar da família humana e de todo o mundo dos seres vivos. O espírito de solidariedade humana e de parentesco com toda a vida é fortalecido quando vivemos com reverência o mistério da existência, com gratidão pelo dom da vida e com humildade em relação ao lugar que o ser humano ocupa na natureza.

Necessitamos com urgência de uma visão compartilhada de valores básicos para proporcionar um fundamento ético à comunidade mundial emergente. Portanto, juntos na esperança, afirmamos os seguintes princípios, interdependentes, visando a um modo de vida sustentável como padrão comum, através dos quais a conduta de todos os indivíduos, organizações, empresas, governos e instituições transnacionais será dirigida e avaliada.

PRINCÍPIOS

I. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DE VIDA

1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade.
a. Reconhecer que todos os seres são interdependentes e cada forma de vida tem valor, independentemente de sua utilidade para os seres humanos.
b. Afirmar a fé na dignidade inerente de todos os seres humanos e no potencial intelectual, artístico, ético e espiritual da humanidade.

2. Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor.
a. Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os recursos naturais, vem o dever de prevenir os danos ao meio ambiente e de proteger os direitos das pessoas.
b. Assumir que, com o aumento da liberdade, dos conhecimentos e do poder, vem a
maior responsabilidade de promover o bem comum.


3. Construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis e pacíficas.
a. Assegurar que as comunidades em todos os níveis garantam os direitos humanos e as liberdades fundamentais e proporcionem a cada pessoa a oportunidade de realizar seu pleno potencial.
b. Promover a justiça econômica e social, propiciando a todos a obtenção de uma condição de vida significativa e segura, que seja ecologicamente responsável.


4. Assegurar a generosidade e a beleza da Terra para as atuais e às futuras gerações.
a. Reconhecer que a liberdade de ação de cada geração é condicionada pelas necessidades das gerações futuras.
b. Transmitir às futuras gerações valores, tradições e instituições que apóiem a prosperidade das comunidades humanas e ecológicas da Terra a longo prazo.


II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA

5. Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra, com especial atenção à diversidade biológica e aos processos naturais que sustentam a vida.
a. Adotar, em todos os níveis, planos e regulamentações de desenvolvimento sustentável que façam com que a conservação e a reabilitação ambiental sejam parte integral de todas as iniciativas de desenvolvimento.
b. Estabelecer e proteger reservas naturais e da biosfera viáveis, incluindo terras selvagens e áreas marinhas, para proteger os sistemas de sustento à vida da Terra, manter a biodiversidade e preservar nossa herança natural.
c. Promover a recuperação de espécies e ecossistemas ameaçados.
d. Controlar e erradicar organismos não-nativos ou modificados geneticamente que
causem dano às espécies nativas e ao meio ambiente e impedir a introdução desses
organismos prejudiciais.
e. Administrar o uso de recursos renováveis como água, solo, produtos florestais e vida marinha de forma que não excedam às taxas de regeneração e que protejam a saúde dos ecossistemas.
f. Administrar a extração e o uso de recursos não-renováveis, como minerais e combustíveis fósseis de forma que minimizem o esgotamento e não causem dano ambiental grave.


6. Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método de proteção ambiental e, quando o conhecimento for limitado, assumir uma postura de precaução.
a. Agir para evitar a possibilidade de danos ambientais sérios ou irreversíveis, mesmo quando o conhecimento científico for incompleto ou não-conclusivo.
b. Impor o ônus da prova naqueles que afirmarem que a atividade proposta não causará dano significativo e fazer com que as partes interessadas sejam responsabilizadas pelo dano ambiental.
c. Assegurar que as tomadas de decisão considerem as conseqüências cumulativas, a longo prazo, indiretas, de longo alcance e globais das atividades humanas.
d. Impedir a poluição de qualquer parte do meio ambiente e não permitir o aumento de substâncias radioativas, tóxicas ou outras substâncias perigosas.
e. Evitar atividades militares que causem dano ao meio ambiente.


7. Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário.
a. Reduzir, reutilizar e reciclar materiais usados nos sistemas de produção e consumo e garantir que os resíduos possam ser assimilados pelos sistemas ecológicos.
b. Atuar com moderação e eficiência no uso de energia e contar cada vez mais com fontes energéticas renováveis, como a energia solar e do vento.
c. Promover o desenvolvimento, a adoção e a transferência eqüitativa de tecnologias
ambientais seguras.
d. Incluir totalmente os custos ambientais e sociais de bens e serviços no preço de venda e habilitar os consumidores a identificar produtos que satisfaçam às mais altas normas sociais e ambientais.
e. Garantir acesso universal à assistência de saúde que fomente a saúde reprodutiva e a reprodução responsável.
f. Adotar estilos de vida que acentuem a qualidade de vida e subsistência material num mundo finito.


8. Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover o intercâmbio aberto e aplicação ampla do conhecimento adquirido.
a. Apoiar a cooperação científica e técnica internacional relacionada à sustentabilidade, com especial atenção às necessidades das nações em desenvolvimento.
b. Reconhecer e preservar os conhecimentos tradicionais e a sabedoria espiritual em todas as culturas que contribuem para a proteção ambiental e o bem-estar humano.
c. Garantir que informações de vital importância para a saúde humana e para a proteção ambiental, incluindo informação genética, permaneçam disponíveis ao domínio público.


III. JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA

9. Erradicar a pobreza como um imperativo ético, social e ambiental.
a. Garantir o direito à água potável, ao ar puro, à segurança alimentar, aos solos não contaminados, ao abrigo e saneamento seguro, alocando os recursos nacionais e internacionais demandados.
b. Prover cada ser humano de educação e recursos para assegurar uma condição de vida sustentável e proporcionar seguro social e segurança coletiva aos que não são capazes de se manter por conta própria.
c. Reconhecer os ignorados, proteger os vulneráveis, servir àqueles que sofrem e habilitá-los a desenvolverem suas capacidades e alcançarem suas aspirações.


10. Garantir que as atividades e instituições econômicas em todos os níveis promovam o desenvolvimento humano de forma eqüitativa e sustentável.
a. Promover a distribuição eqüitativa da riqueza dentro das e entre as nações.
b. Incrementar os recursos intelectuais, financeiros, técnicos e sociais das nações em desenvolvimento e liberá-las de dívidas internacionais onerosas.
c. Assegurar que todas as transações comerciais apóiem o uso de recursos sustentáveis, a proteção ambiental e normas trabalhistas progressistas.
d. Exigir que corporações multinacionais e organizações financeiras internacionais
atuem com transparência em benefício do bem comum e responsabilizá-las pelas
conseqüências de suas atividades.


11. Afirmar a igualdade e a eqüidade dos gêneros como pré-requisitos para o desenvolvimento sustentável e assegurar o acesso universal à educação, assistência de saúde e às oportunidades econômicas.
a. Assegurar os direitos humanos das mulheres e das meninas e acabar com toda violência contra elas.
b. Promover a participação ativa das mulheres em todos os aspectos da vida econômica, política, civil, social e cultural como parceiras plenas e paritárias, tomadoras de decisão, líderes e beneficiárias.
c. Fortalecer as famílias e garantir a segurança e o carinho de todos os membros da
família.


12. Defender, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas a um ambiente natural e social capaz de assegurar a dignidade humana, a saúde corporal e o bem-estar espiritual, com especial atenção aos direitos dos povos indígenas e minorias.

a. Eliminar a discriminação em todas as suas formas, como as baseadas em raça, cor, gênero, orientação sexual, religião, idioma e origem nacional, étnica ou social.
b. Afirmar o direito dos povos indígenas à sua espiritualidade, conhecimentos, terras e recursos, assim como às suas práticas relacionadas com condições de vida sustentáveis.
c. Honrar e apoiar os jovens das nossas comunidades, habilitando-os a cumprir seu
papel essencial na criação de sociedades sustentáveis.
d. Proteger e restaurar lugares notáveis pelo significado cultural e espiritual.


IV. DEMOCRACIA, NÃO-VIOLÊNCIA E PAZ

13. Fortalecer as instituições democráticas em todos os níveis e prover transparência e responsabilização no exercício do governo, participação inclusiva na tomada de decisões e acesso à justiça.
a. Defender o direito de todas as pessoas receberem informação clara e oportuna sobre assuntos ambientais e todos os planos de desenvolvimento e atividades que possam afetá-las ou nos quais tenham interesse.
b. Apoiar sociedades civis locais, regionais e globais e promover a participação significativa de todos os indivíduos e organizações interessados na tomada de decisões.
c. Proteger os direitos à liberdade de opinião, de expressão, de reunião pacífica, de associação e de oposição.
d. Instituir o acesso efetivo e eficiente a procedimentos judiciais administrativos e independentes, incluindo retificação e compensação por danos ambientais e pela ameaça de tais danos.
e. Eliminar a corrupção em todas as instituições públicas e privadas.
f. Fortalecer as comunidades locais, habilitando-as a cuidar dos seus próprios ambientes, e atribuir responsabilidades ambientais aos níveis governamentais onde possam ser cumpridas mais efetivamente.


14. Integrar, na educação formal e na aprendizagem ao longo da vida, os conhecimentos, valores e habilidades necessárias para um modo de vida sustentável.
a. Prover a todos, especialmente a crianças e jovens, oportunidades educativas que lhes permitam contribuir ativamente para o desenvolvimento sustentável.
b. Promover a contribuição das artes e humanidades, assim como das ciências, na educação para sustentabilidade.
c. Intensificar o papel dos meios de comunicação de massa no aumento da conscientização sobre os desafios ecológicos e sociais.
d. Reconhecer a importância da educação moral e espiritual para uma condição de vida sustentável.


15. Tratar todos os seres vivos com respeito e consideração.
a. Impedir crueldades aos animais mantidos em sociedades humanas e protegê-los de sofrimento.
b. Proteger animais selvagens de métodos de caça, armadilhas e pesca que causem sofrimento extremo, prolongado ou evitável.
c. Evitar ou eliminar ao máximo possível a captura ou destruição de espécies não visadas.

16. Promover uma cultura de tolerância, não-violência e paz.
a. Estimular e apoiar o entendimento mútuo, a solidariedade e a cooperação entre todas as pessoas, dentro das e entre as nações.
b. Implementar estratégias amplas para prevenir conflitos violentos e usar a colaboração na resolução de problemas para administrar e resolver conflitos ambientais e outras disputas.
c. Desmilitarizar os sistemas de segurança nacional até o nível de uma postura defensiva não-provocativa e converter os recursos militares para propósitos pacíficos, incluindo restauração ecológica.
d. Eliminar armas nucleares, biológicas e tóxicas e outras armas de destruição em
massa.
e. Assegurar que o uso do espaço orbital e cósmico ajude a proteção ambiental e a paz.
f. Reconhecer que a paz é a plenitude criada por relações corretas consigo mesmo, com outras pessoas, outras culturas, outras vidas, com a Terra e com a totalidade maior da qual somos parte.


O CAMINHO ADIANTE


Como nunca antes na História, o destino comum nos conclama a buscar um novo começo. Tal renovação é a promessa destes princípios da Carta da Terra. Para cumprir esta promessa, temos que nos comprometer a adotar e promover os valores e objetivos da Carta.

Isto requer uma mudança na mente e no coração. Requer um novo sentido de interdependência global e de responsabilidade universal. Devemos desenvolver e aplicar com imaginação a visão de um modo de vida sustentável nos níveis local, nacional, regional e global. Nossa diversidade cultural é uma herança preciosa e diferentes culturas encontrarão suas próprias e distintas formas de realizar esta visão. Devemos aprofundar e expandir o diálogo global que gerou a Carta da Terra, porque temos muito que aprender a partir da busca conjunta em andamento por verdade e sabedoria.

A vida muitas vezes envolve tensões entre valores importantes. Isto pode significar escolhas difíceis. Entretanto, necessitamos encontrar caminhos para harmonizar a diversidade com a unidade, o exercício da liberdade com o bem comum, objetivos de curto prazo com metas de longo prazo. Todo indivíduo, família, organização e comunidade tem um papel vital a desempenhar. As artes, as ciências, as religiões, as instituições educativas, os meios de comunicação, as empresas, as organizações não-governamentais e os governos são todos chamados a oferecer uma liderança criativa. A parceria entre governo, sociedade civil e empresas é essencial para uma governabilidade efetiva.

Para construir uma comunidade global sustentável, as nações do mundo devem renovar seu compromisso com as Nações Unidas, cumprir com suas obrigações respeitando os acordos internacionais existentes e apoiar a implementação dos princípios da Carta da Terra com um instrumento internacionalmente legalizado e contratual sobre o ambiente e o desenvolvimento.

Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência face à vida, pelo compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, a intensificação dos esforços pela justiça e pela paz e a alegre celebração da vida.

15 maio 2010

Domingo, dia 16 de maio, às 11h30 Catedral Metropolitana de Sorocaba

ramos Papa no Domingo de Ramos 2010

para o Regina Coeli

Queremos ficar juntos com Bento XVI, como filhos juntos do pai, desejosos de apóia-lo em seu ministério, exprimindo afeto e gratidão pela sua paixão por Cristo e pela humanidade inteira, em sintonia com associações e movimentos que estarão reunidos, neste dia, em Roma e em outras cidades do Brasil e do mundo.

Nestes momentos difíceis, entregamos nas mãos de Maria a nossa fidelidade ao Santo Padre pedindo para o bem da Igreja, na qual fazemos a experiência da misericórdia, única resposta adequada à necessidade de justiça que emerge do coração de cada um.

Guia-nos a humilde certeza testemunhada pelas palavras do próprio Papa: “É na comunhão da Igreja que encontramos a pessoa de Jesus Cristo, ele mesmo vítima de injustiça e de pecado. Ele carrega ainda as feridas do seu injusto padecer".

CONVIDAMOS A TODOS

Para esta celebração na Catedral Metropolitana de Sorocaba, quando iremos participar de um gesto unitário da Igreja, ouvindo testemunhos sobre o significado da pessoa do Papa para a nossa vida de fé, terminando com a santa missa.

Organização: Comunhão e Libertação

Apoio: Movimentos, Associações e Pastorais da Igreja Católica

Clara, defensora de Assis

 
Por Frei Vitório Mazzuco Filho

Conta-nos a Legenda de Santa Clara, no parágrafo 23: "Em outra ocasião, Vital de Aversa, homem cobiçoso de glória e intrépido nas batalhas, moveu contra Assis o exército imperial, que comandava. Despiu a terra de suas árvores, assolou todos os arredores e acabou pondo cerco à cidade. Declarou ameaçadoramente que de nenhum modo se retiraria, enquanto não a tivesse tomado. De fato, já havia chegado o ponto em que se temia a queda iminente da cidade.
Quando Clara, a serva de Cristo, soube disso, suspirou veementemente, chamou as Irmãs e disse: "Filhas queridas, recebemos todos os dias muitos bens desta cidade. Seria muita ingratidão se, na hora em que precisa, não a socorrêssemos como podemos".
Mandou trazer cinza, disse às Irmãs que descobrissem a cabeça. E, primeiro, espalhou muita cinza sobre a cabeça nua. Colocou-a depois também sobre as cabeças delas. Então disse: "Vão suplicar a nosso Senhor com todo o coração a libertação da cidade".
Para que contar detalhes? Que direi das lágrimas das virgens, de suas preces "violentas"? Na manhã seguinte, Deus misericordioso deu a saída para o perigo: o exército debandou e o soberbo, contra os planos, foi embora e nunca mais oprimiu aquelas terras. Pouco depois o comandante guerreiro foi morto a espada".
E, também, lemos no Processo de Canonização, nº 14: "A testemunha também disse que, temendo as Irmãs a chegada dos sarracenos, tártaros e outros infiéis, pediram à santa madre que insistisse muito diante do Senhor para que o mosteiro fosse defendido contra eles. E a madre santa lhes respondeu: " Irmãs e filhas minhas, não fiquem com medo, porque o Senhor as defenderá. E eu quero ser a sua garantia. Se os inimigos chegarem até o mosteiro, coloquem-me diante deles". Assim, pelas orações de tão santa madre, o mosteiro, as Irmãs e os objetos não sofreram dano algum".
Estamos em Assis entre 1239 e 1241. Há tensão na cidade. Cavaleiros, mercadores, voluntários, populares, soldados, todos se posicionam para defender a cidade que tanto amam. Às portas da cidade se acampam os guerreiros sarracenos comandados por Frederico II, que se bate contra os "minori", conseqüentemente contra o Papa. No dia 3 de junho de 1239 acontece um eclipse do sol, um fenômeno natural; mas o povo interpreta de um modo apocalíptico aquela escuridão que permite ver estrelas de dia. O medo sempre antecipa o fim do mundo.
No mosteiro de São Damião, Clara e suas Irmãs rezam pela cidade. A prece e penitência contra as armas da guerra. Aquele lugar seguro de paz pode virar fortaleza de combate.
Na Ordem dos Frades Menores, Frei Elias quer mediar o conflito entre o exército imperial e o exército pontifício, escreve uma carta e encarrega o Geral da Ordem, Frei Alberto de Pisa, para entregar ao Imperador. Um frade é usado como mensageiro e desaparece no caminho juntamente com o documento. O Papa não aceita que Frei Elias tenha dirigido-se ao Imperador e excomunga-o. A Ordem sofre com isso e Clara também.
O momento é grave, o conflito é grave e a saúde de Clara é frágil. Sua vontade é que está forte, firme e resistente. A hora da provação é a grande oportunidade de reanimar a fé em São Damião e em todo o povo de Assis.
Vital de Aversa comanda com crueldade o exército de Frederico II. Ali ajuntam-se mercenários, muçulmanos, guardas imperiais, bandoleiros, tártaros, sarracenos. É um momento de pilhagens, ruínas, prisões, incêndios, violência que arrasa igrejas, mosteiros, castelos, casas e burgos. Clara monta guarda com professas e noviças. Pela palavra e pelo exemplo é a hora da mais fervorosa oração. Oração de mãe é segurança e proteção.
Já haviam destruído os mosteiros de São Bento de Satriano, Santo Angelo de Panzo e São Vitorino de Tescio. Será que chegara a hora de São Damião? Será que era o momento do martírio?
O ideal de Francisco e a paz que vem do Evangelho estão postos à prova. Clara ama o mosteiro, suas Irmãs e Assis. É hora de oferecer-se por todos. Clara chama as Irmãs, abençoa cada uma com o sinal da cruz. As tropas que estão nas portas do mosteiro jamais poderão vencer este escudo de amor e oração.
Pede que se busque a caixa de marfim onde está o Santíssimo Sacramento. Pede ao Senhor que guarde e proteja as Pobres Damas e a cidade a elas confiada. Com a força do espírito, o rosto resplandecendo da beleza da graça, Clara segura firme a Hóstia e vai em direção aos invasores. Os soldados surpreendem-se com a presença da frágil mulher mostrando o sacramento da sua fé, afastam-se surpresos entre pavor e misteriosa reverência. É um verdadeiro milagre! Toda a cidade de Assis comenta no outono inteiro. O coração pleno de amor e cuidado, a presença convicta de mãe Clara afastara todo perigo.
Conta-nos Frei José Carlos Pedroso no seu livro Santa Clara de Assis: "Por causa desse fato, até hoje as figuras mais comuns de Santa Clara mostram-na como uma freira segurando uma custódia. Custódia é aquela roda dourada, cheia de raios, que se usa nas adorações e nas procissões do Santíssimo Sacramento da Eucaristia. Mas as Irmãs que assistiram ao fato disseram que a Eucaristia foi levada em uma caixinha de marfim e prata, como era comum naquele tempo. As custódias ainda não estavam em uso".
Não importa se era um ostensório, uma custódia, uma caixinha de marfim, o que importa é que São Damião e Assis foram salvos pela oração de libertação: prece, penitência, cinza na cabeça e a certeza da presença do Cristo Eucarístico. O certo é que até hoje a cidade de Assis, no dia 21 de junho, faz a Festa del Voto, pois acredita que ali houve o milagre e a certeza de que não é possível derrotar uma mulher e um povo que crê!

Extraído de http://www.franciscanos.org.br/v3/vidacrista/artigos/vitorio/artigo_04.php acesso em 27 abr. 2010.

Ilustração: Santa Chiara d'Assisi scaccia i Saraceni, c. 1630. Dal Monastero di Santa Chiara. Museo di Stato di San Marino. Foto di Stefano Bolognini, 2008. Extraído de http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Anonimo_-_Santa_Chiara_scaccia_i_saraceni_-_1630_-_San_Marino.JPG acesso em 27 abr. 2010.

14 maio 2010















"A DEVOÇÃO MARIANA DE SÃO MAXIMILIANO"

A vida é um dom de Deus e precisamos vivê-la como tal, pois, é para o encontro definitivo com o Senhor que estamos indo. Vivemos em meio ao Mistério da Criação como parte integrante de um Grande Plano de Amor que transcende o nosso entendimento; e para além do somos ou podemos, temos que cooperar de bom grado com esse Plano Divino a nosso favor. A Sagrada Escritura nos revela que somos “imagem e semelhança de Deus”, e certamente ainda não nos damos conta disso, dada à finitude que nos cerca e mesmo o que aparentamos ser.

São Maximiliano Maria Kolbe é um santo dos tempos atuais profundamente imbuído da vivência desse Plano Salvífico do Senhor para toda a humanidade. Desde a infância a “Mão do Senhor” já delineava o que haveria de ser esse filho e como daria o seu testemunho de sangue perante toda a criação. A experiência de fé polonesa passa, indubitavelmente, pelas mãos da Virgem Mãe, que além de Padroeira da Polônia e dos poloneses, é ainda padroeira de tantos outros países devotos que a ela recorrem para que interceda junto ao seu Filho, a fim de que sejamos prontamente atendidos em nossas necessidades e para que se cumpra em tudo a Santa Vontade de Deus em nossa vida.

Contam os biógrafos que o pequeno Raimundo Kolbe (nome de batismo de são Maximiliano) era de índole esperta e por isso mesmo um tanto travesso. Certa feita em uma de suas travessuras sua mãe, um pouco incomodada, o chamou a atenção dizendo-lhe: “Menino, o que será de sua vida?” Ao que, como de costume, o menino correu junto ao oratório em um dos cômodos de sua casa para rezar e perguntar em sua inocente oração à Virgem Imaculada o que seria de sua vida. Obteve como resposta a aparição da Santíssima Mãe do Senhor mostrando-lhe duas coroas, uma branca e outra vermelha - as mesmas cores da bandeira da Polônia, sua pátria amada e também as cores do Espírito Santo, doador de todos os dons - perguntando-lhe qual das duas queria para si. Ao que o pequeno infante, depois de breve hesitação, respondeu: quero as duas. E foi precisamente assim que se definiu sua vocação, ser totalmente consagrado a Deus na vida religiosa e ser mártir da caridade pela Imaculada em defesa da família e da salvação do maior número de almas possíveis.

Desse modo, como Davi e a própria Virgem Maria, o Espírito do Senhor apoderou-se também do menino Raimundo e fez dele um grande santo de alma devotada à Vontade de Deus por meio da Imaculada, a quem se entregou, como ainda todo o seu ministério. Seu lema era: “Ganhar o mundo inteiro para Cristo pela Imaculada”. Por isso, se refugiava no Imaculado Coração da Virgem Mãe e com o auxílio de suas preces procurou servir ao Reino de Deus difundindo-o em todo o mundo, fazendo jus ao lema que escolhera para sua vida. Movido por um incondicional amor a Maria, fundou o movimento de apostolado mariano “Milícia da Imaculada”. Trabalhou incansavelmente na confecção do Cavaleiro da Imaculada, pequena revista de evangelização mariana; fundou ainda jornais, rádio; e tencionava fundar também canais de televisão para difundir a devoção à Imaculada, a fim de levar a cabo todo o empreendimento evangelizador que Deus lhe confiara.

Destarte, no fim dos seus dias, recebeu das mãos da Beatíssima Mãe a segunda coroa que lhe destinara Deus, o martírio no campo de concentração nazista Auschwitz, tomando o lugar de um pai de família que estava para ser sacrificado no Bunker da fome, assumindo assim, até as últimas conseqüências, sua vocação mariana, o martírio do amor incondicional; a certeza do céu, a realização do Plano de Deus, por meio do Seu Filho Jesus Cristo, Fruto Bendito da Virgem Imaculada.

“Quero ser reduzido a pó pela Imaculada e espalhado pelo vento do mundo”. (São Maximiliano Maria Kolbe – 1894-1941).

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.

12 maio 2010

Espiritualidade na Internet: o surgimento de uma nova religião?


Para Pedro Gilberto Gomes, a utilização da Internet por diversas instituições religiosas fomenta uma reflexão: que novas formas de religião ou de espiritualidade emergem desse processo?

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Na opinião do professor e pesquisador do PPG em Comunicação da Unisinos, Pedro Gilberto Gomes, as instituições religiosas ainda vêem a Internet como um “dispositivo tecnológico”. A partir do uso da Internet, explica, se cria um ambiente de midiatização, ou seja, uma espécie de “caldo cultural onde as coisas interagem”, surge um “novo patamar baseado numa lógica de inter-relação”. Nesta nova ambiência, acrescenta, “as instituições podem estabelecer novos tipos de relações” ao invés de utilizar a rede apenas como um meio para divulgar sua mensagem. Com base nisso, ele lança o questionamento: “Como as Igrejas, dentro desse ambiente, desse mundo interconectado, podem trabalhar no estabelecimento de vivência, de espiritualidade, de religião?”

Ao utilizarem a Internet apenas como um meio para alcançar mais fiéis, muitas instituições não estão refletindo sobre que espiritualidade está sendo gerada a partir desse processo. Na avaliação do pesquisador, “o simples fato da pessoa se relacionar via portal já está criando uma forma de espiritualidade ou uma forma de ver religião diferente. Isso é o que deve ser questionado. Esses são os desafios e perspectivas”. O uso da Internet desacompanhado de uma reflexão mais profunda pode trazer alguns riscos e gerar efeitos desconhecidos ou indesejados. “O desejo de incentivar a solidariedade, as pessoas a rezarem, pode, ao invés disso, fazer com que elas formem um Deus a sua imagem e semelhança, pode incentivar o individualismo, as pessoas podem fazer a sua própria religião”, conclui.

Pedro Gilberto Gomes irá ampliar este debate no IHU ideias do dia 8-4-2010, onde discute Espiritualidade via Internet: desafios e perspectivas. O encontro acontece na sala Ignacio Ellacuría e Companheiros, no IHU, às 17h30min.

Pedro Gilberto Gomes é graduado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS, e especialista em Teologia pela Universidade Católica de Santiago, no Chile. Mestre e doutor em Comunicação pela Universidade de São Paulo - USP. Entre suas obras, destacamos Filosofia e ética da comunicação na midiatização da sociedade (São Leopoldo: Editora Unisinos, 2006), Comunicação e governabilidade na América Latina (São Leopoldo: Editora Unisinos, 2008) e Midiatização e processos sociais na América Latina (São Paulo: Paulus, 2008).

Confira a entrevista.

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Pedro Gilberto Gomes

IHU On-Line - Em linhas gerais, o que o senhor pretende abordar ao relacionar espiritualidade e Internet? Essa relação funciona?

Pedro Gilberto Gomes – Existem vários sites de organizações católicas ou não, que usam a Internet como um espaço de interação, de congregação das pessoas. Essas instituições consideram, por exemplo, a Internet um meio importante para passar a sua mensagem. Alguns sites disponibilizam as leituras dominicais, velas virtuais, enfim, há todo um arcabouço de ações litúrgicas que são veiculadas a partir dos portais. Essa é uma concepção de dispositivo tecnológico, ou seja, antigamente, determinadas atividades eram realizadas na Igreja e, hoje, também estão disponíveis na Internet.

Participei de uma defesa de dissertação de mestrado em Santa Maria, em que a estudante analisava o site da Canção Nova (www.cancaonova.com). Neste portal, no link de Liturgia, é possível escolher ler apenas as leituras ou os sermões. O conteúdo está fragmentado, e o internauta pode montar sua própria missa. Muitos pensam que essa é uma maneira de chegar na residência das pessoas com maior possibilidade. Mas, a partir disso, me pergunto: que tipo de espiritualidade está sendo criada, gestada? Não estou pensando na instituição Igreja, mas sim que a vivência religiosa, a espiritualidade como um todo, é uma produção simbólica fundamental na vida do homem. Essa religiosidade é importante. Agora, quando as instituições religiosas fazem uso massivo desses novos ambientes, temos de nos perguntar que tipo de religiosidade, espiritualidade está surgindo desse processo. Que diferença existe entre acender uma vela para o padre Reus num site, ou ir até o santuário? Esse é o questionamento. É um desafio que se tem de responder. Ouvir o sermão do padre na Internet tem o mesmo significado de ouvi-lo na Igreja? Na missa há outro ambiente. Não estou dizendo que isto é bom ou ruim. Estou questionando que tipo de espiritualidade esses espaços virtuais estão criando. É esse ambiente de midiatização que está trazendo desafios para nós. Então, não se deve perguntar como uma instituição usa um portal para fomentar a espiritualidade. Isso não importa. Tenho de perguntar: ao fazer isso, que forma de espiritualidade está sendo formada? É por ai que vou esboçar alguma coisa no evento.

IHU On-Line - As instituições religiosas têm a dimensão da riqueza que essa mídia proporciona? Ela consegue compreender o que significa hoje esse novo patamar?

Pedro Gilberto Gomes – Claro que elas têm. Todas as instituições perceberam e estão usando esse meio. Só que elas estão colocando nos portais, simplesmente, a transcrição do que elas já vinham fazendo. A Igreja faz celebração litúrgica presencial desde que foi criada. Com essa sofisticação tecnológica, ela reproduz a missa que era feita para um grupo pequeno nos portais, com o objetivo de atingir milhares de pessoas. As instituições perceberam a importância desses meios para divulgar a sua mensagem e promover as suas ações. Entretanto, o que elas não se perguntam – e que é o grande desafio –, é se, ao fazer essa transposição de suas ações milenares para um site de relacionamento, estão criando uma nova forma de espiritualidade independente do desejo delas, ou uma forma diferente de fazer e viver religião. Vou exemplificar: uma criança que, desde pequena, desenvolve a sua consciência religiosa de espiritualidade via Internet terá a mesma vivência religiosa de uma criança que participa da catequese, que vai à missa com os pais? Essas são formas iguais ou diferentes de fazer religião? De ter espiritualidade? E quando digo isso, novamente, não estou afirmando que uma é boa e outra é ruim. Estou apontando a existência de dois níveis de diferença. Que tipo de espiritualidade emerge de um portal? Isso vai além do conteúdo.

IHU On-Line – A partir do uso da tecnologia e da Internet, as pessoas podem, também, ter uma relação mais individualista com a sua espiritualidade?

Pedro Gilberto Gomes – Vou usar a palavra individualista, mas sem dar a conotação de juízo moral. Por exemplo: se um jovem passa parte do seu tempo navegando na Internet, se todas as suas relações amorosas acontecem no ambiente virtual, dizemos que ele está vivendo uma ilusão e precisa de acompanhamento. Mas, por outro lado, se o jovem não tem nenhuma vivência religiosa a não ser a virtual, achamos isso normal. Há muitos anos, foi feita uma pesquisa com jovens paulistas que jogavam vídeo-game. Percebeu-se que não era o conteúdo do vídeo-game que estava mudando a vida destes jovens, mas o simples fato de jogar mudava a lógica do raciocínio deles. Para esses jovens, o fato de alterar essa lógica linear (início, meio e fim) não representa nenhum problema, porque esse é o modo de raciocínio do jogo. Então, o que está em questão não é o modelo do jogo.
McLuhan já dizia, na década de 60: o que muda o comportamento das pessoas não é o conteúdo da televisão, mas o simples fato de ver televisão. Na vivência das espiritualidades, é essa realidade que as instituições religiosas não estão percebendo porque, para elas, o importante sempre foi a mensagem. E tudo aquilo que ajuda a levar a mensagem para um maior número de pessoas é bom. Então, o que muda é a mensagem. O instrumento é completamente neutro.
Se questionarmos mais profundamente para além do instrumento, vamos perceber que, independente do conteúdo, o fato de ele entrar no relacionamento já está criando um novo tipo de religião, de espiritualidade, porque mesmo a religiosidade não é unívoca. Na Igreja Católica, há setores que vão de A a Z, da extrema direita, de um espiritualismo total, até a extrema esquerda. Quem ainda faz isso está num ambiente do passado. O ambiente atual está exigindo outra coisa e nos faz considerar que, independente da mensagem de extrema esquerda ou da extrema direita, o simples fato da pessoa se relacionar via portal já está criando uma forma de espiritualidade ou uma forma de ver religião diferente. Isso é o que deve ser questionado. Esses são os desafios e perspectivas. Então, muito menos respostas e muito mais questões é que eu vou colocar na palestra.

IHU On-Line - Quais os riscos de uma possível ingenuidade da Igreja ao fazer uso da Internet sem se dar conta das suas potencialidades e consequências?

Pedro Gilberto Gomes – O risco é ter uma intenção, essa não ser concretizada e ainda gerar um efeito desconhecido ou indesejado. O desejo de incentivar a solidariedade, as pessoas a rezarem, pode, ao invés disso, fazer com que elas formem um Deus a sua imagem e semelhança, pode incentivar o individualismo, as pessoas podem fazer a sua própria religião. A Canção Nova, quando, em seu site, divide a missa, está iniciando uma consequência que não pode ser mensurada. A missa tem uma dinâmica, uma lógica e um movimento que forma um conjunto. A partir do momento em que, num portal, é feita uma partição dessa missa, a pergunta é: que tipo de missa é essa?
Vou dar outro exemplo: Partenia é uma diocese virtual (www.partenia.org). Um bispo francês perdeu a sua diocese em função de um problema com o Vaticano. Para continuar exercendo a função de bispo, o Vaticano o nomeou como bispo de Partenia, que foi uma diocese da Ásia Menor, a qual acabou há dois mil anos. Os amigos queriam saber o que era a tal Partenia, e ele explicou que se tratava de uma diocese “virtual”. A partir disso, os amigos dele tiveram a ideia de criar uma diocese na Internet. O site deles funciona em espanhol, alemão, francês, inglês e português e tem fiéis no mundo todo. No momento em que eles criam uma diocese virtual e que esse bispo começa a interagir com todas essas pessoas, que religião emerge desse processo? Que Igreja é essa? Que tipo de religiosidade nasce? Se não nos preocuparmos com isso, estaremos gerando efeitos desconhecidos, e, por via das vezes, contrários ao que desejamos. Não sou contra esses sites, acho que eles são importantes, mas precisamos refletir sobre essas questões.

Religião, (des)religião, (re)religião

McLuhan falava que a história da humanidade poderia ser dividida a partir da história dos meios de comunicação e, que, no início, pelo gregarismo, as pessoas humanas se uniram em tribos, onde havia a cultura oral e a transmissão da história da tribo era feita pelos anciões. Quando se inventou a escrita, que sinalizou um salto na história da humanidade, McLuhan diz que começou a destribalização porque as pessoas não dependiam mais dos anciões para contar histórias. O auge da destribalização foi a invenção dos tipos móveis por Gutemberg. Com a eletricidade e os meios eletrônicos, McLuhan disse que houve uma comunidade verbo-oral que criou uma retribalização. Só que esse processo, essa aldeia global, se dá num nível diferente do passado, ou seja, não significa retomar o que já existiu. Nós vivíamos num mundo fechado de espiritualidade, o mundo fragmentou, e as pessoas estão em todos os lugares. Agora, estamos retomando, via esses mecanismos de portal, a religiosidade. Então, fazendo um neologismo: religião, (des)religião, (re)religião. Entretanto, este modo simbólico de relacionamento, que está sendo retomado via esses meios para poder congregar as pessoas que estão dispersas, cria uma religião diferente da primeira. Não se trata simplesmente de uma repetição, uma retomada. Todas as experiências que tentaram retomar, fracassaram.

IHU On-Line – A retomada a partir dos meios digitais pode dar certo?

Pedro Gilberto Gomes – Não sei. Só sei que se trata de outra realidade, de outra ambiência, portanto é uma nova vivência religiosa, de espiritualidade.

IHU On-Line – O que podemos entender por midiatização e como relacionar este conceito com a espiritualidade?

Pedro Gilberto Gomes – Esse mundo da sociedade de midiatização está criando uma espécie de gloretribalização, esse mundo está proporcionando uma nova ambiência que está criando novos espaços de relacionamento em termos geral. Essa rede em que as pessoas estão interconectadas está criando novos espaços de relacionamentos, novos espaços de espiritualidade. Isso coloca um desafio para nós. Volto a dizer: as Igrejas não estão preparadas para isso. O que elas conseguem compreender é o fato de ter uma vivência que foi fragmentada por uma série de motivos, e agora ela usa esses meios para recongregar as pessoas. Só que eles querem fazer com que as pessoas retornem ao estado que acontecia anteriormente. E essa recongregação acontece em outro nível, outro estágio. Nós estamos em pleno processo de “salto” e não sabemos aonde vamos cair, mas é certo que vamos para um lugar distinto do qual queremos ir. Lançamos, mas ainda não chegamos ao outro estágio. Dessa nova ambiência, dessa nova espiritualidade e desse novo modo de fazer religião estamos - usando uma expressão poética - levantando a fímbria do manto. Ainda não sei tudo que tem do outro lado.

IHU On-Line – Podemos dizer que a lógica da midiatização ainda não é compatível com a lógica dessas instituições?

Pedro Gilberto Gomes – Poderia dizer isto: estamos vivendo uma nova lógica, que não é simplesmente a retomada da lógica tradicional. Gosto de dizer que começamos a viver uma nova ambiência, e quando as Igrejas entram para esses meios, elas pensam que os meios são apenas dispositivos tecnológicos e, portanto, elas estão pensando que devem retomar as pessoas e trazê-las para sua ambiência. Acontece que a ambiência que essa realidade está criando é outra e não a passada. Essa é a questão.

IHU On-Line - Como as teorias de Teilhard de Chardin (a noosfera, por exemplo), podem contribuir para a compreensão do fenômeno da espiritualidade via Internet?

Pedro Gilberto Gomes – O que Teilhard de Chardin diz é que estamos num processo de evolução. Todo o mundo está evoluindo. O homem é um dos estágios dessa evolução, mas ela continua. Essa evolução da complexidade, ele diz que o homem o faz também através do desenvolvimento da técnica. Então, a técnica não é algo externo. Nessa caminhada em direção ao Ponto Ômega, essa unidade total, Teilhard diz que toda a técnica se articula com o ser humano e ela é expressão dessa unidade. Esse supercérebro que ele cita é justamente uma conjugação de todos os cérebros da humanidade, formando esse cérebro único num desenvolvimento. A técnica está intrinsecamente ligada ao ser humano e faz parte da humanidade. Claro que essa realidade vai fazer com que a minha forma de me relacionar com o transcendente, portanto, toda uma vivência religiosa, atinja outras dimensões que não essa atual.

IHU On-Line – Como a midiatização pode ajudar as instituições a construir uma rede de inter-relações?

Pedro Gilberto Gomes – Essa pergunta está partindo da antiga ambiência, porque a midiatização é vista como um dispositivo tecnológico que alguém pode manejar. E a relação é contrária: como as instituições, navegando dentro desse novo ambiente, podem estabelecer novos tipos de relação, e não utilizando isso para algo. Eu posso utilizar a mídia, mas a midiatização é o ambiente que se cria, é como se fosse um caldo cultural onde as coisas interagem, e as instituições estão ali dentro, trabalhando nesse novo ambiente no desenvolvimento dessa vivência espiritual e religiosa, que não deixa de ser uma construção simbólica, que se dá num novo patamar baseado numa lógica de inter-relação. Até porque as pessoas já estão ligadas. A pergunta é: como as Igrejas, dentro desse ambiente, desse mundo interconectado, podem trabalhar no estabelecimento de vivência, de espiritualidade, de religião. Então, a questão é: como as religiões podem se inserir no desenvolvimento de espiritualidade, que não é simplesmente a transposição de seus antigos processos mentais para a Internet? As instituições religiosas precisam mudar a ambiência ou pelo menos se questionar sobre isso.

Leia mais...
>> Sobre o tema, confira o Cadernos IHU em Formação número 35, intitulado Midiatização. Uma análise do processo de comunicação em rede.

Confira outra entrevista com Pedro Gilberto Gomes no nosso sítio (www.ihu.unisinos.br).
O impacto da midiatização na sociedade latino-americana. Entrevista publicada em 31-8-2008.


Extraído de IHU on-line. São Leopoldo. Ano 10, n. 323, 29 mar. 2010. P. 35-38. Disponível em http://www.ihuonline.unisinos.br//index.php?option=com_eventos&Itemid=26&task=evento&id=289&id_edicao=351
em 8 abr. 2010.

Ilustração: Illustration about new internet generation web2.0 / Peter Welleman. 2009. Disponível em http://commons.wikimedia.org/wiki/File:InternetGeneration.jpg acesso em 8 abr. 2010.

Animais Domésticos

Os bichos de estimação, que também são conhecidos como animais domesticos, ganharam popularidade entre as pessoas, sendo que hoje é muito difícil encontrar alguma casa que não tenha um lindo cachorro ou outros animais de Estimação. Mas atenção, para se ter um bicho de estimação é preciso muita responsabilidade do dono, na medida em que muitas são as tarefas para cuidar de seu animalzinho, que é alimentar, limpar, tratar com um veterinário quando preciso, dar banho e manter o seu ambiente sempre limpo e organizado, pois os animais são seres vivos que necessitam da mínima condição de sobrevivência que os seres humanos necessitam. Além destes detalhes, um animal de estimação precisa receber carinho, atenção e de espaço para as suas atividades e necessidades, além de cuidar de sua beleza também.




 
Outro fator importante fica por conta das atividades físicas de alguns Animais, na medida em que existem determinadas Raças Cachorros que necessitam de bastante exercício no seu dia a dia, pois possuem uma certa facilidade para atingirem a obesidade, o que prejudicaria muito a Saúde de seu cão, se ele não seguir um cardápio saudável. Saiba que todos estes cuidados com os animais domésticos são de extrema importância, pois assim como nós seres humanos, eles são passiveis de emoções e sentimentos. Tanto é verdade, que um dos mais comuns animais de estimação, o cachorro, é denominado como o melhor amigo do homem, pois, além de ter sentimentos e necessitar de carinho e atenção, o cão sabe quando o seu dono necessita de uma companhia, e assim como as pessoas amigas, eles estão prontos para nos dar carinho e atenção.




Mas, infelizmente, a má notícia fica por conta das pessoas que não possuem o mínimo de cuidado com esses animais domesticos, sendo que os maltratam e até mesmo os descartam como Lixo nas ruas por não gostar mais do bicho. Isto ocorre geralmente quando o animal adoece ou atinge uma idade mais avançada, ficando co sua saúde debilitada. Portanto, quando se cogita a hipótese de adquirir um animal, devemos levar em consideração todas as informações sobre ele, como por exemplo, se ele for um Cachorro Grande, então necessitará de grandes espaços, se possuir muito pêlos, então deverá ser escovado com maior freqüência, e por aí segue a lista de Cuidado de Beleza e de saúde para com os animais de estimação.




Deve-se também levar em conta o espaço do ambiente que será disponibilizado para um bicho de estimação, pois, dependendo de seu tamanho, determinados lugares não serão indicados para a sua habitação, como por exemplo, em se tratando de Apartamento, então será indicado apenas Cachorro Pequeno Porte. Agora sim, se você está ligado nas dicas de cuidados para se ter um lindo bichinho de estimação, adote um Cachorro e faça do seu lar feliz com a presença encantadora desses animais domesticos.
                 São Francisco de Assis, rogai por todos os animais e para que eles recebam carinho e amor assim como eles são capazes de dar. Amém.
      

09 maio 2010

Amor de Mãe

O Amor da mãe pode ser traduzido
em uma palavra:
doação.
Falar desse sentimento é entender que ele
é a mais completa forma de amor.
Um amor que se doa,
coloca em primeiro plano o bem-estar,
a segurança de um outro ser.
Impossível falar de mãe
sem falar da pureza de um amor,
que diante de todo o sofrimento disse Sim: Maria.
Uma mãe que,
como tantas mães em nosso país,
olha com lágrimas nos olhos o presente
e o futuro árduo do filho.
Talvez seja por isso que a mãe Maria
se expressa em cada olhar de mãe,
em cada gesto de doação da mulher.
No rosto de uma mulher que assume

a maternidade inteiramente,
mesmo diante de tudo o que há de vir,
há a presença iluminada de um lado vivo,
mas esquecido por todos,
homens e mulheres:
O AMOR!!!!

08 maio 2010

ONDE A VIDA EM TI... JAMAIS TERÁ FIM...

 

ONDE A VIDA EM TI... JAMAIS TERÁ FIM...

Senhor,

vivo em meio a tantos ataques...

Sei que não és culpado...

porque conheço o teu querer que é santo...

e por ele sou santificado...

Por isso, sei quem me ataca constantemente...

É o terrível demente que luta contra Ti...

Mas, já me acostumei a me defender...

Ó meu Senhor...

Por teu querer que é infinito...

Grito do fundo de minha alma...

Não quero o pecado,

não aceito o mal, não aceito...

E é esse o meu jeito de ti dizer sim...

De ti amar e glorificar...

Por que, como posso Senhor,

deixar o infinito do teu amor...

pelo querer das criaturas?

Como deixar o aconchego de tua ternura...

para me entregar ao limite que bem conheço...

e por isso mesmo sei que nunca satisfaz?

Não, não posso deixar a tua paz bendita...

pela maldita carência dos apetites infernais...

Senhor, em Ti...

Somos homens novos...

à caminho dos novos céus e da nova terra...

que encerra infinitamente...

toda grandeza da obra de tuas mãos...

Ora, tudo isso para nós é revelação...

e não tem como duvidar...

Visto que, neste caso,

a dúvida ou é medo ou é teimosia...

Agonia de um coração que não sabe...

ou não quer te amar...

Aqui, não estou me referindo à dúvida sadia...

Ou seja, aquela com gosto de sabedoria...

que perscruta a verdade...

nascida da intimidade...

de quem quer saber...

para amar mais...

Por isso, Te peço meu Senhor...

Livra-nos dos ataques do inimigo...

Afasta de nós todo perigo que leva à perdição...

Dá-nos o teu perdão constantemente...

para que a semente da santidade,

plantada em nossos corações arrependidos...

Dê frutos que nos levem ao teu eterno convívio...

Onde a vida em Ti...

jamais terá fim...

 

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.

Oração São Maximiliano Maria Kolbe





“Ó Deus, inflamastes São Maximiliano Maria Kolbe, presbítero e mártir, com amor à Virgem e lhe destes grande zelo pastoral e dedicação ao próximo, concedei-nos, por sua intercessão, que trabalhemos intensamente pela vossa glória no serviço ao próximo, para que nos tornemos semelhantes ao vosso Filho até a morte.”

Por Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.


São Maximiliano Maria Kolbe, rogai por nós.

06 maio 2010

Os Animais e a Natureza

A tartaruga na água mora
Só sai para desovar
Depois dos ovos enterrar
Ela volta sem demora
Os filhotes na mesma hora
Que nascem saem correndo
Eles já nascem sabendo
Que a água é sua morada
O que livrar-se da emboscda
O mar vai lhe recebendo

A natureza ensina
Aos irracionais
Dá saber aos animais
A todos ela domina
Cada animal se combina
Com o parceiro é certeza
Cada um traz a beleza
De saber se conduzir
No viver e no existir
Quem comanda é natureza

05 maio 2010

Luquésio e Buonadonna

 

Geralmente o casal de Bem-aventurados, Luquésio e Buonadonna, são considerados os “primeiros terciários”. Mas um autor atual diz que “essa tradição” não é certa. Para alguns, eles foram os primeiros a alcançar a glória do altar, pois em Poggibonsi, o culto dos Bem-aventurados Luquésio e Buonadonna começou logo depois da morte deles.


Luquésio nasceu em Gaggiano. Como jovem sonhou com as armas e a glória militar. A princípio pertenceu ao partido dos Gibelinos (do imperador); mas, por interesse comercial passou ao partido dos Guelfos (do Papa). Casou-se com Buonadonna, natural de Poggibonzi, onde foram morar.


Ambos eram apegados aos bens materiais, principalmente ao dinheiro. Trabalharam no comércio; emprestaram dinheiro aos ricos e nobres e tornaram-se muito ricos. Buonadonna, sentia-se feliz vendo o marido prosperar, mas esta felicidade ilusória, no luxo e no conforto, resultou no afastamento de Deus. Nem sempre seus negócios eram honestos.


Aconteceu uma crise de víveres e Luquésio prevendo-a, comprou todo o estoque de trigo, e como único possuidor do produto, elevou os preços e teve lucros extraordinários.


Mas estranho: no momento de gozar o que tanto almejara, sentia-se insatisfeito. Por que? Se perguntava. Naquela época, S. Francisco andava pregando na região e todos comentavam que, sendo ele filho de um rico comerciante, tudo abandonou: fazia penitência e falava sobre o Reino de Deus. Sua atitude impressionou a Luquésio que desejou falar-lhe; e a oportunidade logo surgiu com a ida de S. Francisco a Arezzo, uma hora de Poggibonzi. Vai ouvi-lo na praça pública e parece que suas palavras lhe são dirigidas: “Não façais caso do dinheiro, pois ele nos afasta de Deus, tornando-nos infelizes... daí aos pobres ao invés de amontoar riqueza; amai a pobreza por amor a Cristo, e Ele vos restituirá a alegria...” Ao final da prática, Luquésio procura S. Francisco e expõe-lhe sua vida.


S. Francisco diz que ele recebeu uma grande graça e a ela devia corresponder. – O Senhor abriu-lhe os olhos – Luquésio voltou em paz para sua casa e resolveu mudar de vida! – verificou seus livros, providenciou a venda de suas casas e fazendas, e quando recebia o dinheiro ia levá-lo a quem tinha sido injusto ou avarento; e repartia com os pobres sua riqueza.
Mas isto não agradou a sua esposa, que nada compreendia e não se conformava. Luquésio, como bom marido, teve muita paciência com ela, rezou muito por ela e afinal o momento da graça de sua conversão chegou.

Certo dia, em que a afluência dos pobres foi muito grande, Buonna abriu a arca de pão para a mesa e verificou que estava vazia. Luquésio lhe pede alguns pães para aquela gente. Ela se irrita, mas Luquésio não perde a calma dizendo que não pode despedir aqueles pobres de mãos vazias e lhe diz: “Pensa naquele que com 5 pãezinhos e 2 peixes saciou a fome de milhares de pessoas. Vai pensando Nele e traze-me os pães”. Buonna, quase inconscientemente abre novamente a arca e com grande susto vê uma quantidade de pães frescos... E a luz de Deus a ilumina. Toma os pães e os leva aos pobres. Pede perdão ao marido por sua atitude anterior e diz que também quer servir a Deus. A seguir, ambos procuraram S. Francisco e manifestaram seu desejo de seguir o gênero de vida dos irmãos, mas como casados não sabiam como fazer.


A Providência Divina os encaminhou no momento certo, por S. Francisco, pouco antes, se havia encontrado com o Cardeal Hugolino, para acertar as bases da fundação de uma Ordem Terceira, na qual os casados poderiam servir a Deus, com perfeição. Unidos em Fraternidade, sob a obediência de um Diretor e uma Regra de Vida, seria mais fácil a santidade.

Luquésio e Buonadonna, daí em diante foram andando juntos, no verdadeiro amor cristão, na pobreza franciscana e na mais impressionante harmonia conjugal. Distribuíram todos os seus bens aos pobres e descobriram a mais profunda alegria evangélica, na vivência do seu carisma franciscano.


Um conhecido francisconólogo leigo, da O.F.S. conta o fim de Luquésio e Buonadonna: “Deus fez com que esses esposos, que foram unidos em vida, permanecessem unidos na morte. Em abril de 1250, Luquésio teve de ficar de cama, quando de repente Buonadonna ficou também doente. Isso afetou tanto o marido, que a sua doença agravou-se. Assim mesmo conseguiu levantar-se para ajudar a sua mulher a receber o sacramento dos enfermos. Pegou na mão dela e lhe disse: - “Querida, já que tanto nos amamos em vida, por que não vamos juntos para a pátria eterna? Por isso espera-me, por favor!” E ele voltou para sua cama, chamou o Pe. Hildebrando, seu amigo, que estava deixando a casa, e pediu lhe administrasse também o sacramento dos enfermos. Vendo, então, que Buonadonna estava morrendo, Luquésio fez o sinal da cruz, invocou, pela última vez a Virgem Maria e S. Francisco e, os dois juntos, entregaram sua alma a Deus”.


Pela força do seu exemplo, o casal converteu a maior parte da população da cidade. O Papa Inocêncio XII, em 1694, beatificou os dois. A Liturgia Franciscana os recorda no dia 28 de abril.

Trecho do artigo: Ordem Franciscan Secular [sic]. Disponível em http://www.matrizsaofrancisco.com.br/temasview.php?id=9&PHPSESSID=853d0459b115039a054e21df0135a710 acesso em 27 abr. 2010.

Ilustração: San Lucchese / Memmo di Filippuccio. Séc. XIV. Poggibonsi, Itália : Convento di San Lucchese. Disponível em http://commons.wikimedia.org/wiki/File:S_lucchese.jpg acesso em 27 abr. 2010.

04 maio 2010

CAMPANHA PELA SANTIFICAÇÃO DO CLERO BRASILEIRO

O Papa Bento XVI, promulgou no dia 19 de junho de 2009 a 19 de junho do ano de 2010,
que a Igreja deverá comemorar o Ano Sacerdotal.


Lançamos aqui Interceções Espirituais pela Santificação do Clero.


Reze conosco.Nossas intenções serão estas:


- Que os sacerdotes celebrem em suas paróquias a Missa na forma
litúrgica exata e fiel. Sem abusos litúrgicos.

- Que os nossos sacerdotes não sejam coniventes e nem omissos e combatam, com sua pregação,
sua oração e com o seu apostolado o progressismo, o modernismo e o relativismo.
.

- Que os sacerdotes formem adequadamente as famílias, orientando-os
quanto a tudo o que a Igreja ensina a respeito de contracepção, moral
sexual, famílias numerosas.

- Que os sacerdotes se convertam em apóstolos do confessionário, equiparando
o tamanho das filas da comunhão às do confessionário.


- Que os sacerdotes favoreçam as práticas devocionais em consonância com a tradição
da igreja e pela exposição do Santíssimo Sacramento semanalmente sempre que possível.

Que os sacerdotes tenham uma boa vida de oração, rezem, façam
meditação, tenham terço diário, celebrem piedosa e diariamente a
Missa,


- Que os sacerdotes preguem a doutrina católica

- Que os sacerdotes sejam fiéis obedientes ao Magistério e
valorosos defensores do Papa.


Oremos
Que Santa Maria Mãe de Deus
e da Igreja Rogue pelos Sacerdotes da Igreja de Cristo,

levando-os a plenitude santificadora, assim estes
estejam sempre conduzindo o povo de Deus,
os seus filhos a verdade que liberta,
Amém