24 julho 2010

Assistência na Ordem Franciscana Secular

Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM
Assistente Nacional da OFS e Assistente Regional pelo Sudeste III


Todos aqueles que somos encarregados da animação de Fraternidades Franciscanas Seculares, em diferentes níveis, temos consciência da importância da presença do assistente espiritual na vida da Ordem Secular. O propósito destas linhas não é repetir o que já foi dito e escrito em tantos momentos e em tantos lugares deste site. Elas pretendem, simplesmente, chamar atenção para alguns aspectos fundamentais para que os assistentes se sintam bem nesse alegre serviço e para que as Fraternidades possam crescer.
1. “Para ser testemunha da espiritualidade franciscana, do afeto fraterno dos religiosos aos franciscanos seculares, e vínculo de comunhão entre a sua Ordem e a OFS, o Assistente espiritual seja de preferência um religioso franciscano, pertencente à Primeira Ordem ou à TOR” (CCGG OFM 89,3).
2. “Os Ministros Provinciais e outros Superiores Maiores asseguram a assistência espiritual às Fraternidades locais, confiadas à própria jurisdição. Compete particularmente a eles, em nome da respectiva jurisdição: erigir canonicamente novas Fraternidades locais, assegurando a elas a assistência da respectiva Ordem; animar espiritualmente, visitar e fazer encontros com as Fraternidades locais assistidas pela respectiva Ordem; manter-se informados sobre a assistência espiritual prestada à OFS e à JUFRA; nomear os Assistentes espirituais” (Estatuto para a Assistência Espiritual à Ordem Franciscana Secular, art. 11).
3. Cabe aos Ministros Provinciais erigir canonicamente. Importante que a Fraternidade a ser erigida tenha mínimas condições de sobrevivência. Os Ministros procurarão, antes de dar o decreto de ereção, certificar-se se há assistência para a Fraternidade e se foram pesadas todas as razões para sua ereção. Fraternidades erigidas sem assistência têm vida curta. No início de sua caminhada, a Fraternidade necessita de um razoável grupo de iniciantes e formandos. Não se pode erigir uma Fraternidade já fadada a ser encerrada.
4. Os Ministros Provinciais nomeiam os Assistentes. Via de regra, eles se apóiam em listas de nomes que lhes são enviadas. Importante não apenas nomear, mas preparar os nomeados para o exercício de seu cargo. Na Carta de apresentação do Estatuto da Assistência Espiritual e Pastoral à Ordem Franciscana Secular (2008), os Ministros Gerais afirmam: “Uma vez nomeados, os Assistentes espirituais não poderão ser abandonados a si mesmos, mas devem ser acompanhados e animados a trabalharem com entusiasmo e amor para com os seculares, tanto da parte de sua comunidade, quanto de seu Superior maior, em espírito de autêntica família ...
5. Ser assistente espiritual de uma Fraternidade Secular Franciscana é uma vocação. Desde o período da formação inicial, precisam os jovens frades conhecer a mística dos seculares e serem informados na maneira como se farão presentes na Ordem dos seculares e de como exercerão seu ministério fraterno e pastoral. Não basta apenas que o Ministro Provincial com seu Definitório nomeie o Assistente. Será preciso que este “vista a camisa”.
6. Em nossas visitas pastorais tanto em nível regional quanto local, assistentes e visitadores, ficamos sabendo que existem numerosas fraternidades sem assistência e outras que têm frades nomeados mas que aparecem raramente e não acompanham as reuniões e a vida dos irmãos. Deseja-se que os assistentes se façam presentes efetiva e afetivamente na vida dos irmãos da fraternidade. Deseja-se a presença de irmãos e pastores sem pressa e que se disponham a ser “acompanhadores” das fraternidades. O Assistente precisa sentir-se membro efetivo da fraternidade. Sua ausência precisa ser sentida como uma perda para o grupo. Presença sem pressa e presença que acompanha o andamento de toda a Fraternidade e que não deixa que se enveredem por caminhos que não sejam as autênticas vias de um franciscanismo secular hoje.
7. Não é aqui o caso de evocar todas as funções do assistente. Insistimos no acompanhamento. Há o acompanhamento nas reuniões do conselho. O assistente não é fiscal, mas irmão que deve corrigir fraternalmente quando necessário. Presença importante é a sua na reunião geral: presença alegre, fraterna, presença de um mestre da vida franciscana. O Assistente acompanhará cada irmão que precisar. Não se omitirá no tempo da profissão. Os que professam deveriam ter uma conversa-acompanhamento do assistente.
8. Por vezes, certos frades mais jovens, não experimentam entusiasmo pelo ministério junto aos seculares. Fraternidades envelhecidas, rotineiras e devocionalistas, sem desejo de transformação não podem “alugar” a presença de assistentes que não conseguem orientar o grupo para o verdadeiro sentido da vida franciscana secular.
9.Lamentamos profundamente a ausência de assistentes idealistas e peritos na vida franciscana no meio da Juventude Franciscana. Muitos de nós temos uma eterna dívida a frades que animavam grupos de jovens e que desenharam aos nossos olhos o projeto de nosso futuro de vida. A ausência de frades “carismáticos” no meio da JUFRA é uma lacuna profundamente grave.
10. Situação delicada é aquela vivida por Fraternidades seculares situadas em cidades e locais onde não existe mais uma Fraternidade da 1ª Ordem. Tais grupos nem sempre contam com o apoio de um novo pároco. Pode mesmo acontecer de que suas reuniões no prédio da paróquia sejam dificultadas. A ausência de uma assistente durante um período mais ou menos longo pode significar o fechamento da referida Fraternidade
Concluindo,
Dizemos que nada foi dito de novo. Trata-se de lembretes. Esperamos que os Ministros Provinciais olhem com atenção nossas Fraternidades Seculares, que dentro do possível, escolham os melhores assistentes para a família franciscana secular.

 

fonte: http://ofsvilaclementinosp.blogspot.com/

Evangelizados que evangelizam

 

Com muita alegria e empenho, o Conselho Nacional do Brasil acolheu recentemente a confirmação do Conselho Internacional da aprovação do Brasil, cidade de São Paulo (SP), como sede do XIII Capítulo Geral da Ordem Franciscana Secular, com o tema “Evangelizados para Evangelizar”. Motivo também de alegria e motivação para todas as fraternidades que compõem nossa família nacional, que recebe tal decisão com espírito fraterno e de comunhão recíproca, pois a participação de todas as fraternidades nacionais do mundo todo expressará a união orgânica de toda a Ordem.
Como bem sabemos, o Capítulo é um momento muito importante para a vida franciscana de nossas famílias. Em nome do Senhor, celebramos a vida de fraternidade, que é animada pelo Espírito Santo. Tratamos das coisas que se referem a Deus; o que for útil e bom para nossa vida, reconhecendo que o Senhor revela o que é melhor para nós, através da participação dos irmãos e irmãs, para o bem da vida espiritual que abraçamos ao entrar na Ordem, tais como: a vivência da palavra de Deus, sua pregação; a legislação da Ordem; eleições dos ministros; na partilha; confraternização; no envio de missionários; no conforto mútuo etc. Com a participação dos capitulares, que serão chamados a manifestarem, deliberarem, decidirem, sugerirem e votarem, novo impulso do Espírito será dado a toda Ordem Franciscana Secular para uma vivência do Evangelho e de sua propagação, regra e vida de todos aqueles que querem seguir a Jesus Cristo do jeito de São Francisco de Assis.
Os franciscanos seculares do Brasil são chamados a participarem, de vários modos, da organização deste Capítulo Geral. Com muito zelo, nossos Irmãos e Irmãs do Sudeste III, que abrange o Estado de São Paulo, assumiram a coordenação organizativa de serviço do Capítulo. Mais de perto estão envolvidos o irmãos Rosalvo Gonçalves Mota como Coordenador Geral; as Irmãs Bernadete Mesquita e Denise Marum; da parte do Conselho Nacional participam o Ministro Nacional e o Conselheiro Tesoureiro; como representante da Presidência do Conselho Internacional faz parte a Irmã Maria Aparecida Crepaldi, além de inúmeros outros irmãos e irmãs que não se deixam vencer em generosidade e já se dispuseram a trabalhar para a melhor acolhida e suporte à programação do nosso Capítulo Geral. Mas todos os irmãos e irmãs do Brasil poderão ajudar de várias formas para a realização do Capítulo: regionais, fraternidades locais e cada irmão e irmã deverão contribuir para esse fim. O Capítulo Geral da Ordem Franciscana Secular é responsabilidade de todos nós.
Sendo que o Capítulo é momento de graça, pois nos possibilita avaliarmos, decidirmos, programarmos a vida de toda a Ordem, não nos caberá somente o apoio material e do serviço para sua realização, mas a contribuição de vida franciscana que já testemunhamos no Brasil. O Conselho Internacional solicitou a participação de alguns Irmãos, que já dão testemunho de “Evangelizados que Evangelizam” por sua vida e obra, participarão de mesa redonda, onde exporão suas realidades de vida. E já que teremos sua realização no Brasil, creio que suas decisões e efeitos serão logo sentidos por nossa fraternidade nacional; principalmente pela temática proposta: “Evangelizados para Evangelizar”, reafirmando em nós o que desde os primórdios é fundamental em nossa vida franciscana: viver o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo o exemplo de São Francisco de Assis, que fez do Cristo o centro de sua vida com Deus e com os homens... passando do Evangelho à vida e da vida ao Evangelho. (Regra da OFS, art. 4).
Quero, desde já, agradecer a todos que, por amor à vida franciscana, contribuirão para a realização deste Capítulo, em especial aos nossos irmãos os frades da Província da Imaculada Conceição do Brasil, que contribuirão com sua participação na tradução, ou mesmo em outras atividades.
Na alegria franciscana de podermos estar juntos para celebrar nossa vida, toda a Fraternidade Nacional da Ordem Franciscana Secular do Brasil, com santo orgulho, espera com fraterna expectativa, a chegada da data da realização do XIII Capítulo Geral de sua Ordem.

No pai seráfico Francisco, mãe Clara, nossa saudação fraterna de Paz e Bem a todos.

Antonio Benedito de Jesus da Silva Bitencourt,
Ministro Nacional da OFS

Extraído de http://www.franciscanos.org.br/v3/carisma/ofs/notas/09_150710.php