08 janeiro 2010

A caida do Papa

Sem. Geovan Kuba, LC

Quando estamos perto do Papa sentimos uma emoção enorme. É o Vigário de Cristo na terra e estar perto dele é realmente emocionante.

Decidi ir à Missa do Galo. Era minha primeira vez, apesar de que já estou há um ano estudando aqui em Roma. Estava muito emocionado quando entrei na Basílica de São Pedro e me dei conta que estava justo ao lado da sacristia, por onde sairia o Papa. Os jovens que estavam comigo não podiam acreditar. Quando chegamos à Praça São Pedro pensávamos que já não podíamos entrar na Basílica pela quantidade de gente que estava esperando.

A Missa começou e vi os acólitos, companheiros meus no seminário, que encabeçavam a procissão. Como intuíamos, o Papa saiu justo por onde nos encontrávamos. A emoção tomou conta de nós. As câmeras fotográficas não tiveram capacidade suficiente para a quantidade fotos e vídeos que começamos a fazer. Tivemos a graça de que o Papa passasse a menos de um metro de nós.

Ele não tinha dado muitos passos quando escutamos gritos. Ao mesmo tempo já não conseguíamos vê-lo. Foi quando vi que ele estava no chão. Escutou-se um grande silencio na Basílica. A procissão parou. Os guardas levantaram o Papa rapidamente e lhe perguntaram se estava bem. Vi que fez um gesto positivo e começou a se arrumar ajudado pelo mestre de cerimônia. No momento, me deu um alivio. Perguntaram se ele queria continuar com a celebração. Quando o povo viu sua resposta positiva e que ele continuou caminhando em direção ao altar, começaram a aplaudir fortemente e se escutavam gritos de “Viva o Papa”.

Ver o Vigário de Cristo de perto é muito emocionante. No entanto vê-lo forte e decidido a levar nos ombros à Igreja nos faz sentir mais próximo ainda dele. O amor daquela gente pelo Papa foi contagiante aquela noite. Não houve nenhuma pessoa lá dentro que não aplaudisse.

A humildade que Bento XVI teve foi impressionante. Tenho certeza que ele queria nos dar uma lição. Ele é o Papa, uma pessoa importante no mundo. Mesmo este acontecimento não o impediu de continuar a procissão cumprimentando as pessoas. Na saída, pensei que ele já não iria cumprimentar ninguém, porque tivemos duas horas de Missa e ele já tem 82 anos de idade, além de ter caído e poder ter fraturado o braço como no verão. Grande surpresa eu tive quando ele começou a andar em nossa direção.

Nesse momento, aprendi outra lição de Bento XVI: o grande carinho e amor que tem pelas crianças. Ao nosso lado, havia uma criancinha que começou a chamar o Papa. Ele foi diretamente a ela e lhe deu a sua bênção. Recordei daquela frase do Evangelho: “Deixai que as crianças venham a mim e não as empeçam; porque daqueles que se fazem como eles é o Reino dos Céus” (Lc 18, 16).