04 abril 2010

Ressuscitou

Caríssimos,
Feliz Páscoa do Senhor...


É feliz todo aquele que o ama e lhe dá toda sua vida...


A ressurreição de Cristo é a nossa maior certeza...

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Porque em Seu Amor, Deus Pai o dispôs para ela, por isso, podemos contemplar desde já a nossa salvação, mesmo estando ainda neste vale de lágrimas, porque é em Cristo que também a experimentamos totalmente, como foi do agrado do Senhor...
Ninguém mais nos tirará o sabor dessa vitória, porque Cristo ressuscitado é a nossa maior esperança de glória (Col 1,27), pois Nele estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência de Deus (Cf.Col 2,3)...
Jesus ressuscitou e nós somos suas testemunhas...


Feliz Páscoa!


Paz e Bem!
Frei Fernando,OFMConv.

DOMINGO DE PÁSCOA


Domingo da Páscoa na Ressurreição do Senhor


1. Estamos em festa, portanto no Domingo da Ressurreição nenhum cristão pode ficar mais triste nem se sentir desamparado, pois algo de glorioso aconteceu: Cristo ressuscitou! Aleluia! Cabe-nos cantar jubilosos o grande sonho de Deus: que um dia ressuscitemos todos com o Cristo Senhor!


2. Todos os cristãos celebram neste dia a Ressurreição do Senhor.

" Passado o sábado, Maria de Magdala, Maria, mãe de Tiago, e Salomé compraram perfumes para ir embalsamá-lo.
De manhã, ao nascer do sol, muito cedo, no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro (...) Entrando no sepulcro, viram um jovem sentado à direita, vestido com uma túnica branca, e ficaram assustadas. Ele disse-lhes: «Não vos assusteis!
Buscais a Jesus de Nazaré, o crucificado? Ressuscitou; não está aqui»" Mc 16


SUGESTÕES PARA A CELEBRAÇÃO E A VIVÊNCIA DA LITURGIA

a) Hoje são proibidas todas as outras celebrações, e todas as Missas de defuntos.
b) Proibidas as Missas em oratórios privados.
c) A Missa do dia de Páscoa deve ser celebrada com grande solenidade. Em vez do ato penitencial, deve fazer-se a aspersão com água benzida (na Vigília), para recordar o batismo.
d) O círio pascal, a colocar junto do ambão ou do altar, deve acender-se nas celebrações litúrgicas mais solenes deste tempo, ou seja, na Missa, nas Laudes e nas Vésperas, até ao Domingo de Pentecostes.


Depois do Domingo de Pentecostes, o círio pascal deve manter-se em lugar de honra no batistério, para que, na celebração do batismo, nele se acendam as velas dos batizados. Nas exéquias, deve colocar-se o círio pascal junto do túmulo, para lembrar que a morte, para o cristão, é a sua verdadeira páscoa. Fora do Tempo da Páscoa o círio pascal não deve utilizar-se nem acender-se no presbitério.


e) Onde estiver em uso, conserve-se com toda a diligência ou, se for possível, introduza-se o
costume de celebrar, no dia de Páscoa, as Vésperas batismais. Ao celebrá-las, enquanto se cantam os salmos vai-se em procissão até à fonte batismal.
f) Com as Vésperas do Domingo da Ressurreição encerra-se o Tríduo Pascal.


REFLEXÕES BÍBLICO-PASTORAIS


1. Nexo entre as leituras
A fé na ressurreição do Senhor é o tema fundamental deste dia. "Esse é o dia que o Senhor fez: seja para nós dia de alegria e de felicidade", canta o salmo 117,24. É o domingo por excelência. É o dia em que Cristo expressou o seu poder soberano vencendo a morte e que, consequentemente, é motivo de alegria para todos os cristãos. Pedro, no seu discurso, proclama que Deus o mandou pregar ao povo e testemunhar a ressurreição de Cristo.
Os apóstolos são as testemunhas que viram o ressuscitado, que comeram e beberam com Ele. Eles receberam a missão de pregar que Cristo ressuscitado tinha sido constituído por Deus juiz dos vivos e dos mortos (primeira leitura). São Paulo ressalta de modo especial que a ressurreição do Senhor instaura uma nova vida no batizado. O cristão é aquele que morreu e ressuscitou com Cristo para uma vida nova. A fé na ressurreição é a rocha firme para São Paulo, o lugar onde se firma todo o seu dinamismo apostólico (segunda leitura). No evangelho, Pedro e João entram no sepulcro, "vêem e crêem".
O sepulcro vazio é o início de uma meditação que os leva à fé em Cristo ressuscitado.


2. Mensagem Doutrinal


a. Cristo ressuscitou: "A ressurreição de Jesus é a verdade culminante da nossa fé em Cristo", nos diz o Catecismo da Igreja Católica (nº. 638). A comunidade cristã dos primeiros tempos viveu esta verdade como o centro da sua existência. Todas as suas certezas -sua caridade, visível para todos, sua serenidade diante do martírio, seu amor pela Eucaristia- tudo fazia referência ao mistério pascal de Cristo, a sua morte e ressurreição. "Se Cristo não ressuscitou, vã é nossa fé", argumenta São Paulo.


Da mesma forma como as primeiras comunidades cristãs viviam da fé na ressurreição do Senhor, todos os cristãos foram chamados a viver mais profundamente o mistério da ressurreição. "Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto" (Col 3, 1). Para o fiel, a ressurreição é um dado culminante da sua fé em Cristo; através da ressurreição, todas as promessas do Antigo Testamento se confirmam. O Senhor foi fiel ao seu amor, sem limites, com superabundância. Através da ressurreição se confirma à divindade do Senhor: verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

A ressurreição nos ensina a verdade íntima sobre Deus (Deus é amor) e sobre a salvação humana. No mistério pascal, Cristo leva a revelação de Deus à sua plenitude. Auto-revelação definitiva de Deus. Por isso, a tese do caráter incompleto, limitado e imperfeito da revelação em Cristo, que deveria ser completada com a revelação de outras religiões, é contrária à fé da Igreja Católica (cf. Domine Iesus, nº. 6).

b. As mulheres são as primeiras a anunciar a ressurreição: "Por que procurais Aquele que vive entre os mortos? Ele não está aqui; ressuscitou" (Lc 24, 5-6).


Estas palavras, daqueles "dois personagens com vestes resplandecentes", aumentam a confiança das mulheres que foram até o sepulcro. Elas tinham vivido os trágicos acontecimentos que terminaram com a crucifixão de Cristo no Calvário; tinham experimentado a tristeza e a desorientação. Mas não abandonaram o Senhor no momento da prova. Escondidas, vão até o lugar onde Jesus tinha sido enterrado para vê-lo de novo e abraçá-lo pela última vez. O amor as impulsiona; aquele mesmo amor que as fez segui-lo pelos caminhos da Galiléia e da Judéia, até o Calvário. Mulheres bem-aventuradas! Elas ainda não sabiam que aquela era a aurora do dia mais importante da história. Não podiam saber, justamente elas, que seriam testemunhas da ressurreição de Jesus (cf. João Paulo II, Homilia da Vigília Pascal, 1988).

O evangelho nos conta que as mulheres foram as primeiras mensageiras da ressurreição do Senhor, inclusive antes dos apóstolos. A mulher tem uma particular sensibilidade religiosa e humana. Compreende de maneira mais rápida e intuitiva as verdades religiosas e as verdades humanas. Tendem espontaneamente ao valor religioso, à proteção da vida humana, ao cuidado dos mais fracos. Elas tiveram a missão de anunciar o triunfo definitivo de Cristo sobre a morte. A mulher experimenta, como mostra o Evangelho, uma particular fortaleza de espírito, porque compreende que tem a missão de cuidar, de algum modo, do bem dos homens.

No nosso mundo pós-moderno, fortemente relativista e sem fé, a mulher cristã é chamada a ser de novo a mensageira privilegiada das verdades cristãs. No lar, ela irradiará o amor, a compreensão, e educará a família nos valores sobrenaturais. Podemos dizer que depende da mulher, em grande medida, a fé do lar, porque ela a transmite não só com as palavras, mas com a vida, as atitudes, a capacidade de sofrimento, de perdão. Ela, no seio da família, no seio de uma comunidade religiosa, no seio da sociedade, na vida pública, nos hospitais, nas escolas, é quem faz presentes os valores transcendentes e, o que é mais importante, é quem revela Deus como amor, quem mostra Cristo ressuscitado e conduz as pessoas até Ele. Ela é a mestra da fé. Ela é o sol da família e da sociedade.


c. A esperança cristã: A solenidade da ressurreição do Senhor abre uma nova esperança para o homem. O poder de morte do pecado foi vencido pela força do amor, pela ressurreição do Senhor. Agora o homem pode esperar, apesar de toda aparência de fracasso. Agora o homem pode olhar com confiança para o futuro, não obstante os múltiplos perigos que o cercam nesta vida. Agora o homem pode empreender o caminho da vida lutando pela verdade com amor, com coragem, sabendo que não será defraudado.


Quem estiver se sentindo presa do desânimo, venha contemplar o mistério da redenção; quem estiver se sentindo desesperado diante do mal, não deserte: Cristo ressuscitou! Quem estiver preso pelo desespero, pela fraqueza física, psíquica ou moral, que perceba que a morte foi vencida e que o homem descobriu o rosto amoroso de Deus. Como é grande o amor que Deus teve por nós, a ponto de nos enviar seu Filho para morrer e ressuscitar, nos abrindo as portas do paraíso! Que todos os corações readquiram hoje a sua confiança: Cristo ressuscitou!


Feliz Páscoa! Feliz Ressurreição!

Todas as Publicações desde quinta feira Santa até a Domingo da Ressurreição, veja os créditos:

Paz e Bem!
Frei Fernando,OFMConv.
Fonte:http://www.portalcatolico.org.br/main.asp?View={AF31A9A1-7C2D-4C10-A3CB-6CEC57B1D672} (27/03/2010).

Que faz Deus numa cruz?

 
José Antonio Pagola *
Adital -
[Tradução: Antonio Manuel Álvarez Pérez*]

Segundo o relato evangélico, os que passavam ante Jesus crucificado sobre a colina do Gólgota escarneciam Dele e, rindo-se da Sua impotência, diziam-Lhe: «Se és o Filho de Deus, desce da cruz». Jesus não responde à provocação. A Sua resposta é um silêncio carregado de mistério. Precisamente porque é Filho de Deus permanecerá na cruz até à Sua morte.
As perguntas são inevitáveis:

Como é possível acreditar num Deus crucificado pelos homens? Damo-nos conta do que estamos a dizer? Que faz Deus numa cruz? Como pode subsistir uma religião fundada numa concepção tão absurda de Deus?
Um "Deus crucificado" constitui uma revolução e um escândalo que nos obriga a questionar todas as ideias que nós, humanos, fazemos a um Deus a quem supostamente conhecemos. O Crucificado não tem o rosto nem os traços que as religiões atribuem ao Ser Supremo.


O "Deus crucificado" não é um ser omnipotente e majestoso, imutável e feliz, alheio ao sofrimento dos humanos, mas um Deus impotente e humilhado que sofre com nós a dor, a angustia e até a mesma morte. Com a Cruz, ou termina a nossa fé em Deus, ou nos abrimos a uma compreensão nova e surpreendente de um Deus que, encarnado no nosso sofrimento, nos ama de forma incrível.


Ante o Crucificado começamos a intuir que Deus, no Seu último mistério, é alguém que sofre com nós. A nossa miséria afeta-O. O nosso sofrimento salpica-O. Não existe um Deus cuja vida transcorre, por assim dizer, à margem das nossas penas, lágrimas e desgraças. Ele está em todos os Calvários do nosso mundo.


Este "Deus crucificado" não permite uma fé frívola e egoísta num Deus omnipotente ao serviço dos nossos caprichos e pretensões. Este Deus coloca-nos a olhar para o sofrimento, o abandono e o desamparo de tantas vítimas da injustiça e das desgraças. Com este Deus encontramos-nos, quando nos aproximamos do sofrimento de qualquer crucificado.


Os cristãos continuam a tomar todo o gênero de desvios para não dar com o "Deus crucificado". Temos aprendido, inclusive, a levantar o nosso olhar para a Cruz do Senhor, desviando-a dos crucificados que estão ante os nossos olhos. No entanto, a forma mais autêntica de celebrar a Paixão do Senhor é reavivar a nossa compaixão. Sem isto, dilui-se a nossa fé no "Deus crucificado" e abre-se a porta a todo o tipo de manipulações. Que o nosso beijo ao Crucificado nos coloque sempre a olhar para quem, próximo ou afastado de nós, vive a sofrer

[Enviado por Eclesalia Informativo.
* Português de Portugal].
* Teólogo e biblista espanhol
Extraído de http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=46355 acesso em 25 mar. 2010.

Ilustração: Cristo na cruz / Francisco de Zurbarán. 1627. Chicago : Art Institute. Disponível em http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Francisco_de_Zurbar%C3%A1n_010.jpg acesso em 25 mar. 2010.

A cara do ressuscitado

 

"Cara de Ressuscitado"

Sem. Ivo da Costa, LC
idacosta@legionaries.org

 


Conta-se que um dos mais radicais críticos da religião um dia quis fazer uma experiência para medir a fé dos cristãos. Num sábado de Aleluia, se colocou em frente a uma Igreja e começou observar aqueles que saíam da Missa. Pensava: "Esta cerimônia é a mais importante para os cristãos, aí se comemora o evento da Ressurreição de Cristo sobre o qual se apoia todo o edifício das suas crenças como a salvação eterna, a vitória sobre o pecado e a morte, a adoção como filhos de Deus... Se a sua fé é verdadeira, será impossível que esta não se manifeste".


Depois de alguns minutos de observação, este pensador foi embora dizendo: “Estes não têm cara de ressuscitados...” São palavras duras e injustas, porque julgam universalmente uma realidade, a Igreja constituída pelos seus fieis, a partir de um grupo reduzido que não reflete a sua totalidade. Uma realidade que durante o curso da história tem mostrado tantas “caras de ressuscitado” nos seus santos e nas suas obras de serviço ao próximo. Sobra mencionar personagens como o Papa João Paulo II ou a Madre Teresa de Calcutá. Porém é uma crítica de certo modo válida, porque nos convida a analisar e ver se a ressurreição de Cristo tem alguma influência efetiva na nossa vida.


Um bom termômetro para saber isto é o que a Igreja mesmo nos propõe neste tempo de Páscoa. Na liturgia destes dias se faz um constante apelo ao livro dos Atos dos Apóstolos onde a temática constante é a vivência da caridade e amor fraterno com que viviam os nossos primeiros irmãos na fé. Caridade culminada com a vinda do Espírito Santo prometido por Jesus.
A caridade para os que então seguiam Jesus Cristo era a manifestação da sua fé no Ressuscitado e na doutrina anunciada por Ele. Porque Cristo ressuscitou, estamos certos da verdade de tudo o que ele fez e pregou, especialmente o sacramento da Eucaristia que Ele instituiu na última ceia e o SEU novo mandamento: o mandamento do amor. Um mandamento que seria o distintivo daqueles que abraçariam a fé. De fato, que outra motivação poderemos ter para amar e perdoar os nossos inimigos, para fazer-nos servos de todos, para respondermos o mal com o bem, se não for a fé em Jesus Cristo e na sua Palavra?
Mas a caridade não é só o que nos distingue como seguidores de Jesus Cristo, esta é também a melhor “estratégia” para conquistar o mundo para Cristo. As primeiras conversões não foram causadas pela genialidade e perfeição lógica dos argumentos e da doutrina pregada pelos apóstolos, mas pelo exemplo de amor dos discípulos de Cristo. “Olhai como se amam!”, era a exclamação dos pagãos quando contemplavam os nossos primeiros irmãos durante o tempo das perseguições romanas. Como os mesmos romanos costumavam dizer: “verba movent, exempla trahunt!” (as palavras movem, mas o exemplo arrasta!).