04 novembro 2009

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Franciscanismo no III milénio


Futuro? É o tal sentido orientativo e de projeção indispensável em todo o ser humano,
marcado pela peregrinação:
donde venho, onde estou e para onde vou.

No Franciscanismo isso é ainda mais assim tendo em conta a dinâmica que lhe deu origem, o projeto do seu Fundador.




1. A PERSPECTIVA DO FUTURO NO FRANCISCANISMO DAS ORIGENS

Francisco é o homem "alterius saeculi", do outro século, na expressão de Celano, o século que vem aí. Como tal, com o movimento a dinâmica que, talvez mesmo, sem conscientemente os programar, ele lhes imprimiu, pretendeu responder a necessidades e apelos que se faziam sentir vivamente, a partir de tempos novos que então estavam a chegar. Num mundo, mais ou menos parado e marcado pela "stabilitas loci" do monacato beneditino, mas que começava a mover-se impelido nomeadamente pela dinâmica comercial, ele lançou a mística do "peregrino e forasteiro neste mundo". Num mundo, classista, com os senhores suseranos e a plebe, como monacato de Abades e conversas a despertar para a igualdade, ele projectou o movimento da fraternidade. Num mundo a chegar, com toda a gente a respirar ânsias de dinheiro, que o comércio suscitava, ele propôs caminhos de pobreza e desprendimento. Num mundo com uma igreja, presa do fausto e da ostentação, ele falou de pobreza de simplicidade. Num mundo de guerras fratricidas de uns contra os outros, por tudo e por nada, ele apontou e mostrou caminhos de paz de reconciliação. Isto foi o franciscanismo das origens.

Lógica e consequentemente num movimento que nasceu assim, seria uma infidelidade não ouvir a sério essas vozes profundas que vêem do futuro e continuam a ressoar sempre de novo vozes do Concílio Vaticano II, liderado na sua origem pela mão de um Papa Franciscano, da Origem Terceira, que foi João XXIII. Desi­gnou ele essas vozes como sinais dos tempos. Sinais que é um dever grave ouvirmos todos, como lembrou o Concílio na "Gaudium et Spes". É nesses sinais que está Deus a conduzir a história, com a Igreja e todas as suas instituições e por isso também o Franciscanismo. Se ele não fizesse, estaria a ser infiel a S. Francisco e estaria a trair seu próprio futuro.

É a esta luz que vamos ver os caminhos que o franciscanismo terá de percorrer nos caminhos do terceiro milénio, se quiser ser fiel a Deus, à Igreja, à história e também a S. Francisco.

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