Dupla Festa franciscana
na cidade de Porto Feliz
na cidade de Porto Feliz
Por Moacir Beggo
A criação da primeira
fraternidade da Ordem Franciscana Secular (OFS) na cidade de Porto
Feliz (SP) já seria motivo de grande festa, mas a data de 10 de
setembro de 2011 passará para a história como o dia em que foi erigida
a nova fraternidade e 12 irmãos e irmãs assumiram o compromisso
definitivo na Ordem de São Francisco de Assis. Na missa de ação de
graças, às 16 horas, presidida pelo Ministro Provincial da Imaculada
Conceição, Frei Fidêncio Vanboemmel, e concelebrada por Frei Gilberto
Piscitelli, o assistente da nova fraternidade, os professandos Ana
Cândida Oliveira Diniz, Elvira Aparecida Filetti Manfrin, Joseli
Angelieri, Lázaro Melaré, Maria Aparecida Corrêa Barnabé, Maria
Aparecida Honora Potel, Maria Helena de F. Oliveira, Oliana Genoveva
Angelieri, Sandro Francisco Lopes, Sidnéia Maria de Almeida Melaré,
Silvana de Aguiar, Vilma Bazzo Lopes deram o "sim" definitivo à forma
de vida de São Francisco e Santa Clara: anunciar Jesus vivo no
Evangelho.
A celebração
eucarística aconteceu na bela igreja de São Benedito, que é uma
comunidade da Matriz de Nossa Senhora Mãe dos Homens, atendida pelo
pároco Pe. Padre Antonio Carlos Fernandes, um dos grandes
incentivadores da nova fraternidade (ele não participou da celebração
devido a compromissos na matriz). A nova fraternidade, batizada de São
Maximiliano Kolbe, terá no total 16 professos, já que quatro
professaram na Fraternidade de Santa Maria dos Anjos, em Sorocaba. A
Igreja de São Benedito, onde se reúne a fraternidade, é administrada
pela Irmandade de São Benedito, fundada em 1898.
Tanto o rito da
profissão como o da ereção canônica teve a presença da Ministra da OFS
Regional Sudeste III, Denise Aparecida Marum Gusmão, e várias
fraternidades do Estado de São Paulo, especialmente das cidades
vizinhas, estiveram presentes na celebração.
Em sua homilia, antes
do rito da profissão, Frei Fidêncio ressaltou como a forma de vida
escolhida por Francisco e Clara de Assis atraía leigos e leigas.
"Francisco não teve dúvidas: acolheu-os com muita alegria como acolheu
os seus frades e depois Santa Clara de Assis. E lá pelo ano de 1214 e
1215, Frei Francisco escreveu uma carta a esses fiéis penitentes, com
cinco itens apenas, onde ele diz o que é ser franciscano numa vida
secular ou como é viver essa espiritualidade franciscana no mundo",
explicou o Ministro Provincial.
Segundo Frei Fidêncio,
o leigo e a leiga devem amar a Deus e ao próximo, como ensina o
primeiro Mandamento de Deus: "Porque São Francisco conhecia muito bem o
Santo Evangelho. Vivia e orientava sua vida a partir do Evangelho".
Depois, Francisco diz que o leigo e a leiga que querem viver a forma
franciscana de vida devem se opor às tendências pecaminosas dentro da
natureza humana que existe dentro de nós. "Se nós queremos amar a Deus,
amar o próximo, temos também que olhar para dentro de nós mesmos,
porque somos criaturas frágeis". Em terceiro lugar, o franciscano
secular deve recorrer à vida sacramental: buscar o sacramento da
reconciliação, mas, sobretudo, a Eucaristia. Em quarto lugar, ele diz
que nós devemos viver em conformidade com a conversão.
"Então, a vida
penitencial ou a vida franciscana é exatamente produzir bons frutos. Se
a gente ama, se reconhece frágil, se buscamos a vida sacramental, o
que pode nascer de dentro de nós? Frutos dignos da penitência. E o que
são esses frutos? São a misericórdia, a caridade, o sorriso, o anúncio
alegre da boa nova de Jesus Cristo, como fez São Francisco e Santa
Clara. Como hoje nos mostra o Evangelho (Mt 18,21-35), um dos mais belos
frutos da penitência: o fruto do perdão", acrescentou o Ministro
Provincial.
"Queridos irmãos,
queridas irmãs, nesta celebração festiva, nesta cidade de Porto Feliz -
muito significativo o nome -, que a aqui seja realmente um porto de
felicidade, onde vocês, franciscanos e franciscanas, possam irradiar
jovialidade e alegria com esses ideais de São Francisco de Assis. Que
possam viver exatamente aquilo que professa a Regra: anunciar esse
Jesus vivo no Evangelho, no rosto dos irmãos e das irmãs da
fraternidade e de toda a comunidade. Anunciar e viver esse Jesus vivo
presente na sua Igreja e anunciar, sobretudo, e proclamar esse Jesus
vivo presente na Eucaristia. É isso que diz o artigo quinto da Regra",
completou, pedindo as bênçãos de São Francisco, Santa Clara, Santa
Isabel e São Maximiliano Kolbe à nova fraternidade.
Logo após a homilia,
os doze professandos foram chamados um a um até o altar para o rito da
profissão. Na sequência, os neoprofessos receberam os distintivos
oficiais da Ordem Franciscana Secular: o Tau, sinal externo de
penitência, e o crucifixo de São Damião, sinal da consagração batismal
renovada.
No final da
celebração, foi feita a cerimônia da instituição canônica da
Fraternidade. A Ministra Regional fez a leitura do Capítulo 22 da Regra
da OFS e leu a carta do arcebispo metropolitano de Sorocaba, Dom
Eduardo Benes de Sales Rodrigues, concordando plenamente com
cumprimento da ereção canônica. O Ministro Provincial, Frei Fidêncio
Vanboemmel, leu o decreto de criação da nova fraternidade.
Cumpridos todos os
ritos canônicos, a celebração continuou com o reingresso na igreja dos
novos professos, que, em procissão, trouxeram o estandarte da nova
fraternidade. Eles vestiam agora uma camiseta branca com um símbolo
escrito “São Maximiliano Kolbe”. O Regional Sudeste III também
presenteou a nova fraternidade com uma bela estampa de São Maximiliano
Kolbe.
Realização de um sonho
Segundo a Ministra
Regional, Denise Aparecida Marum Gusmão, a criação da nova fraternidade
foi a realização de um sonho que começou há muito tempo, quando um
grupo de admiradores de São Francisco e Santa Clara criou o Movimento
de Assis. "Era um grupo de jovens, entusiasmado e animado, liderado
pela Mara (Maria Aparecida Faustino), e pelo Eduardo (Aparecido Martins
de Mello), que já pertenciam à Fraternidade de Santa Maria dos Anjos
de Sorocaba. Eles tinham um sonho de ter franciscanos nesta cidade, já
que não havia a presença da Primeira Ordem aqui. Com entusiasmo,
cativaram outras pessoas e ficaram conhecidos na cidade por muitos
eventos que fizeram. Mas como diz o Frei Vitório Mazzuco, não basta
conhecer e se encantar, tem que se apaixonar", recordou Denise.
Segundo a Ministra,
com o tempo o entusiasmo já não era o mesmo. "O apaixonar-se leva ao
comprometimento e aqueles que se apaixonaram decidiram continuar...
Decidiram que queriam construir uma fraternidade, comprometida com o
Reino, a exemplo de Francisco e Clara. E assim o sonho se tornou uma
realidade. Hoje, vocês, são uma fraternidade: a de São Maximiliano
Kolbe. Procuro sempre dizer que cada fraternidade é uma pequena parte
da família gerada por Francisco e Clara de Assis. Por isso, ela se
tornou também a nossa pequena Porciúncula. Que esta fraternidade seja
para vocês o que a Porciúncula foi para Francisco: fonte de inspiração,
berço da espiritualidade, lugar de fraternidade e ponto de partida
para a missão, pois será uma fraternidade protegida por São Maximiliano
Kolbe, o grande discípulo missionário do nosso tempo. Vivam, pois,
irmãos, com alegria o projeto que estão assumindo. E sejam muito
felizes!", desejou a Ministra.
Os pioneiros
Como disse a Ministra, Maria Faustino, ou simplesmente Mara como é conhecida, e Eduardo, foram os pioneiros deste projeto franciscano em Porto Feliz. Nos últimos cinco anos, eles, como professos da Fraternidade Santa Maria dos Anjos, tiveram como missão dar a formação aos novos irmãos e irmãs. Para Eduardo, Mara é um "espelho" nesta caminhada até a fundação da fraternidade. "Também não é para menos. Ela foi minha catequista. Ou seja, me formou para a fé. Ela é alegre e abraça a causa com entusiasmo. Tem que ser assim mesmo. Se a gente está feliz, essa alegria contagia as pessoas e a caminhada não se torna pesada", garante Eduardo. Segundo ele, esse projeto em Porto Feliz começou em julho de 1998.
Eduardo se emocionou durante a celebração quando falou dos irmãos que já partiram. "Ganhamos a nossa Porciúncula, um pequeno quartinho embaixo da Casa Paroquial de no máximo 4 metros quadrados. Ali construímos esse grupo. Depois o grupo cresceu, amadureceu, mudou. Por três anos nos reunimos todas as segundas. Fizemos novenas, trezenas, horas santas, celebramos o Natal na rua, fizemos Folia de Reis, espalhamos bênçãos de Deus, do jeito que sabemos, na alegria, na simplicidade. Servimos a comunidade, servimos café, iniciamos a bênção do pão de Santo Antônio, a Coroa das sete dores rezando por todas as mães que perderam seus filhos. Celebramos a paz, fomos às reuniões da Câmara Municipal. Criamos laços de fraternidade e de amizade. Fomos imensamente abençoados por Deus. Mas, em nossa caminhada, tivemos que ver partir pessoas que amávamos muito. Irmãos cheios de fé, de otimismo, de garra que hoje formam nossa Fraternidade no céu. Pessoas que, como São Maximiliano, agarraram com as duas mãos a coroa da dor e, com certeza, por merecimento, alcançaram a coroa da pureza de coração", recordou.
Como disse a Ministra, Maria Faustino, ou simplesmente Mara como é conhecida, e Eduardo, foram os pioneiros deste projeto franciscano em Porto Feliz. Nos últimos cinco anos, eles, como professos da Fraternidade Santa Maria dos Anjos, tiveram como missão dar a formação aos novos irmãos e irmãs. Para Eduardo, Mara é um "espelho" nesta caminhada até a fundação da fraternidade. "Também não é para menos. Ela foi minha catequista. Ou seja, me formou para a fé. Ela é alegre e abraça a causa com entusiasmo. Tem que ser assim mesmo. Se a gente está feliz, essa alegria contagia as pessoas e a caminhada não se torna pesada", garante Eduardo. Segundo ele, esse projeto em Porto Feliz começou em julho de 1998.
Eduardo se emocionou durante a celebração quando falou dos irmãos que já partiram. "Ganhamos a nossa Porciúncula, um pequeno quartinho embaixo da Casa Paroquial de no máximo 4 metros quadrados. Ali construímos esse grupo. Depois o grupo cresceu, amadureceu, mudou. Por três anos nos reunimos todas as segundas. Fizemos novenas, trezenas, horas santas, celebramos o Natal na rua, fizemos Folia de Reis, espalhamos bênçãos de Deus, do jeito que sabemos, na alegria, na simplicidade. Servimos a comunidade, servimos café, iniciamos a bênção do pão de Santo Antônio, a Coroa das sete dores rezando por todas as mães que perderam seus filhos. Celebramos a paz, fomos às reuniões da Câmara Municipal. Criamos laços de fraternidade e de amizade. Fomos imensamente abençoados por Deus. Mas, em nossa caminhada, tivemos que ver partir pessoas que amávamos muito. Irmãos cheios de fé, de otimismo, de garra que hoje formam nossa Fraternidade no céu. Pessoas que, como São Maximiliano, agarraram com as duas mãos a coroa da dor e, com certeza, por merecimento, alcançaram a coroa da pureza de coração", recordou.
Mara, como sempre fez
desde o início do Movimento de Assis, não parou um segundo durante os
preparativos e a celebração. Preocupada com que tudo saísse perfeito.
Não era para menos. Ali, naquele momento estava uma longa caminhada e a
realização de um sonho. Mas, segundo ela, com uma "sensação de medo".
"Até agora eu participava de uma fraternidade que já fez história.
Agora, eu estou me comprometendo com a Ordem. A gente tem a
responsabilidade de dar continuidade a este momento feliz. Mas também é
só confiar em Deus e aqui Ele é visível e tem um carinho especial para
com este povo", completou Mara (LEIA O DEPOIMENTO DE MARA FAUSTINO).
José Henrique Dalmásio
também professou na fraternidade de Sorocaba, mas torcia muito para a
fundação da fraternidade de Porto Feliz. "Seríamos os primeiros
franciscanos na cidade. Agora, vejo a realização deste sonho. Foi uma
feliz espera". Já Silvana Aguiar, uma das novas professas, decidiu ser
franciscana secular por causa de um convite da Mara, que formou um
grupo de pessoas para ajudar num encontro da OFS no Seminário
Franciscano de Agudos. "Eu sempre gostei de São Francisco e isso ficou
muito claro quando participei do Movimento de Assis. Mas no encontro de
Agudos vi como era uma fraternidade e disse: 'é isso que quero'",
contou.
O filme "Irmão Sol e
Irmã Lua" foi o instrumento de Deus para provocar Ana Cândido Oliveira
Diniz. "Mas não fui eu quem assistiu ao filme inicialmente. Foi meu
irmão que viu e se emocionou muito. Me falou dele com entusiasmo e me
levou a assistir. Aquele filme despertou em mim esse querer viver a
vida de Francisco e Clara. Eu queria muito isso. Quando os frades
conventuais estiveram na nossa Matriz e falaram muito sobre o projeto
franciscano de vida secular, não tive dúvida. Procurei a Mara e disse:
'é isso que eu quero para mim'. É isso que tenho vivido neste últimos
sete anos e hoje foi uma bênção", completou.
A Ordem Franciscana
do Brasil está vivendo um grande momento. Será realizado em São Paulo o
XIII Capítulo Geral da OFS, de 22 a 29 de outubro, no Centro Pastoral
Santa Fé.
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