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Grito da vida, grito de Deus
Grita nossa mãe e irmã a Terra.
Grita cansada, ferida pela guerra.
Reverbera seu clamor
Pela sua própria dor. |
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E, por seu materno amor,
Clama também pelas criaturas,
Sua filhas e filhos que padecem
Porque esquecem a fraternal relação,
O laço umbical do coração.
Gritam os pobres do mundo
largados à mercê da sorte.
Migram temendo a morte
E clamam por trabalho e pão.
E Deus também grita
Compadecido,
Cheio da mais plena compaixão.
Deus grita solidariamente
Sendo companheiro dos inocentes.
O grito de Deus
É por quem já não tem voz
E tem o coração ferido
Pela fome, miséria e pelo abandono,
Pela bomba e pelo fuzil dos tiranos.
O grito de Deus
É por Lázaro nas escolas, faminto
A conformar-se com migalhas,
É por quem já esqueceu de gritar
E desaprendeu a viver e a lutar.
O grito de Deus é o grito das gentes,
Das plantas, dos animais,
Das águas, fontes, nascentes,
Do solo, do ar, do sol e muito mais,
De todos e todas que querem a paz.
Ouçam o grito que vem
Do nascente ao poente,
Do sul e do norte.
É a natureza que sente a morte
E grita anunciando que quer viver,
E seu valente querer faz eco
Ecologia: grito da vida, grito de Deus.
É o grito da terra e dos filhos seus.
Que reverbera de dentro do coração
Chamando-os para a ética
Do cuidado, do amor e da compaixão |
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